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Desfavor da semana: Morrendo abraçados.

| Desfavor | | 13 comentários em Desfavor da semana: Morrendo abraçados.

Até 2014!Brasil eliminado, Argentina eliminada.

SOMIR

A moral na seleção holandesa estava baixa. Afinal, enfrentar o temível Brasil nas fases finais da Copa do Mundo era reviver uma situação que todos já haviam enfrentado, na condição de torcedores, há alguns anos atrás. Algumas horas antes do jogo, a renovada esquadra laranja revivia em suas mentes as traumáticas memórias, algumas oriundas da mais tenra infância, de eliminações sofridas em 94 e 98. Em ambas, Dunga, o técnico da seleção brasileira atual, estava presente.

Parecia um sinal de fracasso iminente. O técnico, mais por obrigação do que por convicção, tentava incentivar seu elenco a pelo menos a vender caro a virtualmente inevitável derrota. Alguns jogadores mencionavam a expressão “Brasitália”, o maldito time que defendia feito os tetracampeões e atacava como os penta. Surgiu uma idéia, uma daquelas que são absurdas até que alguém tenha a coragem de versá-la: Não entrar em campo. Afinal, assim poupar-se-ia o sofrimento de acreditar mais uma vez no sucesso apenas para vê-lo escapando no último momento.

O técnico já se preparava para avisar formalmente aos responsáveis pela organização quando um dos membros da comissão técnica adentrou a concentração holandesa, berrando que havia encontrado uma solução!

Para o espanto geral, o homem dizia ter um plano infalível para vencer o Brasil. Esbaforido, precisou retomar o fôlego antes de contar que recebera uma carta anônima em português, deixada aos cuidados da seleção holandesa durante a madrugada. Depois de conseguir um tradutor, tomou conhecimento do conteúdo do texto e veio correndo diretamente até ali. Sem delongas, começou a lê-la em voz alta:

“Bom dia,

Vocês não me conhecem, mas eu conheço vocês. Aposto que estão com medo de enfrentar a seleção brasileira no dia de hoje. Já adianto que não poderiam estar mais enganados: Ganhar dos anões de Dunga é bem simples. Vou delinear o plano perfeito para vencer essa equipe de cordeiros disfarçados de lobos. Posso garantir que sei do que estou falando, já que conheço muito bem aquele grupo de jogadores.

A primeira providência, que admito ser no mínimo curiosa, é deixar que a seleção brasileira marque o primeiro gol. De preferência logo nos primeiros minutos. Vocês podem até pensar que isso não é inteligente considerando que esse time é conhecido pelo seu poder de defesa e contra-ataque, mas é a partir da confiança dos jogadores tupiniquins que vocês vão orquestrar a sua vitória final.

E para tanto, mais uma condição inegociável: Robinho e Felipe Melo devem estar diretamente envolvidos. É bem mais simples deixar que o meia faça o passe e fingir que não percebem a movimentação do atacante.

O importante é que ambos tenham um momento de empolgação logo nos primeiros minutos. A baixa inteligência desses jogadores não permitirá que eles voltem a se concentrar no decorrer da partida. Qualquer provocação subseqüente será motivo para que eles fiquem furiosos.

Preparem-se para sofrer um pouco nos minutos seguintes, já que é PREPONDERANTE que vocês sequer ataquem durante o primeiro tempo. Sugiro que Robben finja que está sendo anulado completamente pelo fraco lateral esquerdo brasileiro, e que se possível, tente conquistar um cartão amarelo para o mesmo.

Pois bem: Vocês devem partir para o intervalo em desvantagem no placar e dando a entender que a poderosa seleção brasileira está diante de um jogo fácil. ATENÇÃO, já que qualquer demonstração de força do seu time pode desmontar todo o planejamento.

E na volta para o segundo tempo, começa a verdadeira parte onde vocês derrotam os brasileiros. A estratégia é simples: Explorem os jogadores mais confiantes até conseguirem o gol de empate. Depois disso, é questão de minutos até o jogo estar completamente em suas mãos. Ataquem impiedosamente o lado onde o fraco lateral esquerdo Michel Bastos e o agora confiante Felipe Melo atuam. Ambos vão quebrar, e rápido.

Ah sim, deixar que Robinho marque o gol tem uma função essencial: Criar a ilusão na seleção brasileira que esse jogador pode decidir o jogo. Todas as bolas (e acreditem, serão várias) que vierem em sua direção serão desperdiçadas. Tranquilidade defensiva.

Não duvido nada que algum deles faça um gol contra, de tão nervosos que vão ficar ao ver sua grande atuação ruindo. Se joguem em todas as faltas, reclamem e provoquem sempre que possível. O resto do time vai se descontrolar rapidamente. E eles não tem como se recuperar.

No banco de reservas Dunga não tem opções. A convocação foi um erro gigantesco e isso vai ser evidenciado assim que as coisas realmente se complicarem.

Façam isso e vão ganhar o jogo. Garanto.

Mas eu confesso que é difícil de aceitar minhas sugestões sem nenhuma base. E por esse motivo, devo revelar um segredo importante: O técnico brasileiro sofre de sérias limitações intelectuais, sendo uma espécie de “retardado funcional” que tem seus problemas óbvios escondidos por detrás de uma cortina de boa-vontade da imprensa e algum conhecimento específico do jogo de futebol.

E agora vocês devem estar se perguntando como é possível que um time seja dirigido por um homem “excepcional”… Pois bem, deveria ser tão óbvio quanto a limitação do treinador, mas por motivos “politicamente corretos” não é algo trazido à tona. Os jogadores brasileiros obedecem a um homem com severas limitações intelectuais por serem fervorosos seguidores da religião cristã. Eu sei que em países evoluídos pessoas religiosas são ridicularizadas, mas em terras brasileiras essa insanidade é vista como algo positivo. Uma espécie de orgulho cultural da ignorância.

Não que seja apenas uma questão religiosa, longe de mim ser tão preconceituoso. Se o ranking da FIFA fosse definido pelo Q.I. médio dos jogadores, o Brasil seria azarão em qualquer competição. Culpa da desigualdade social, das políticas falidas para educação… Questões de terceiro mundo que não espero que vocês entendam em sua plenitude.

Mas é essa vocação espiritual da seleção brasileira que faz com que jogadores obedeçam cegamente aos mandamentos de uma pessoa claramente incapaz. Pensamento crítico é visto como defeito pela maioria do elenco canarinho.

Já que os jogadores são incapazes de tomar decisões e não tem nenhum apoio do bando de reservas, é apenas uma questão de vitória psicológica.

Descontrolando um grupo de seguidores cegos capitaneado por um homem limitadíssimo, que vocês vão conquistar essa vitória. Eu vou continuar me ressentindo dos inúmeros brasileiros que insistem em achar que uma pessoa como Dunga tenha algum mérito além de não limpar a bunda com as cortinas, mas pelo menos ele não vai mais ser técnico da minha seleção.

Ah sim, um último pedido: Assim que vencerem o jogo, espero que algum de vocês passe perto do técnico brasileiro e pergunte, em bom português…

“Algum problema?”

Agora é com vocês. Boa sorte.”

O elenco holandês se entreolhou, o técnico vacilou por alguns momentos, claramente pensando no que acabara de escutar. Enfim, sob o olhar atento do grupo, perguntou: “Vamos tentar?”.

Para dizer que está esperando mesmo pelo texto da Sally, para dizer que o Brasil perdeu de propósito para ganhar 2014, ou mesmo para dizer que só não vai me xingar porque o Brasil foi eliminado e você não é mais patriota: somir@desfavor.com

SALLY

Quando o Alemão abriu a boca para dizer que os latinos são temperamentais e não tem preparo emocional, confesso que fiquei aborrecida. A partir desse momento, queria que todos os latinos vencessem, até mesmo os 11 anões de Dunga. Mas o Desfavor da Semana é que o Alemão tinha razão. Vexame latino na Copa do Mundo. Pior: vexame anunciado.

Sim, Seleção Brasileira e Argentina protagonizaram vexames nesta semana que se passou, cada um a seu modo. A Seleção Brasileira espelhada em seu técnico, se portando de forma violenta e destemperada, enquanto que a Seleção Argentina espelhada em seu técnico, se portou de forma desorganizada e ineficiente.

Para todos aqueles que diziam que Dunga se portava desta forma agressiva e mal educada para chamar os holofotes para si e proteger seus 11 anões, acho que ficou bem claro que ele é um mal educado legítimo, descontrolado, arrogante e babaca. E foi assim que sua Seleção de comportou. Felipe Melo tendo uma atitude infantil e agressiva não foi novidade para ninguém. Também não foi novidade para ninguém quando o médico da Seleção finalmente assumiu, após a eliminação, que Kaká não está 100% como vinham jurando e está com uma lesão grave. O castelo de areia ruiu.

Em contrapartida a Argentina, que vinha apresentando um bom futebol, tomou de 4. Sinceramente, tirando a zaga vergonhosa, eu nem acho que tenha jogado mal. Mas porra, tomou de 4, isso é um vexame. Tomou de 4 para uma seleção que perdeu para a Sérvia. Faltou eficiência. Talvez tenha faltado até um pouco de frieza. Faltou o futebol-resultado da Alemanha. Olhando os números do jogo, podemos ver que a Argentina não jogou mal: teve mais posse de bola, mais chutes a gol, mais passes corretos, menos passes errados e mais escanteios. Lindo, mas gol que é bom, porra nenhuma.

Olhando assim, parece (e a imprensa reforça) que quem saiu por baixo foi a Argentina, afinal, tomou de 4 com todos os trocadilhos que o assunto permite. Mas pensemos bem: quem foi que deu uma prova de descontrole, agressividade e falta de fair play em campo quando começou a perder? Quem foi que mostrou arrogância, onipotência e falta de educação nas entrevistas? Em princípio, parece algo que Maradona e cia fariam, mas desta vez este papel sobrou para o Brasil. Em tempo: mesmo tomando de 4 a Argentina terminou a Copa em uma posição melhor do que a do Brasil: quinta colocada. Grandesmerda, eu sei, mas lutaram de pé, com futebol arte, enquanto o Brasil esperneava com seu futebol arte-marcial. Não importa, a imprensa vai exaltar esse 4 x 0 para sempre como se a humilhação de perder por um placar maior fosse pior do que perder feio, batendo e desrespeitando. Foda-se.

O fato é que nenhuma das duas Seleções teve o preparo emocional ou técnico para encarar o inesperado: no caso do Brasil, uma virada espetacular com direito a gol contra e expulsão, e, no caso da Argentina, um gol nos primeiros minutos. O Alemão tinha razão. O Alemão avisou.

O lado bacana foi ver a Argentina desolada, aos prantos, com Maradona dando uma entrevista se limitando a falar da dor que estava sentindo. Geral chorando, geral triste. Fiquei orgulhosa da humildade. Já os Hermanitos Brasileiros… bem, o que eu vi foi Kaká, o Atleta de Cristo, extremamente agressivo e descontrolado em campo (faltou Gezuiz no coração?), Robinho, o suposto gente-boa, xingando palavras ofensivas e até racistas e Felipe Melo Pisadinha sapateando em cima de um holandês. Eu fico com meus onze bebês (porque sim, eles se comportam como bebês) argentinos, ainda que sinta uma certa mágoa do Maradona não ter mexido naquele time quando viu que estava começando a perder o controle (Veron no banco?).

O que foi Felipe Pisa-Pisa Melo dando uma entrevista dizendo que pelo menos essa era a seleção mais unida de toda a história do Brasil? Ele tem o conhecimento do grau de união de todas as seleções? O que foi o médico da Seleção assumindo na maior cara de pau que a lesão tão negada em Kaká era verdadeira? O que foi Dunga putinho da vida na coletiva após a eliminação? Bom, pelo menos é o fim da era Dunga. Desfavor da Semana Plus: Lá se vai nosso descanso na próxima terça-feira. Custava deixar para perder na terça?

A Seleção Alemã, cheia de meninos novos, se deu bem e provavelmente vai ganhar a Copa. Sim, eles levaram o Ganso e o Neymar deles, e deu certo. Cadê o Fabuloso? Não vi nem sinais do Fabuloso! Evidente que Dunga errou na escalação. Alguém duvida que Ronaldinho Gaucho teria feito muita diferença, principalmente quando se SABIA que Kaká estava indo bichado? Custava não ser tão teimoso e arrogante? Já não tinha visto que isso não funcionava quando tomou um pau nas Olimpíadas?

A mesma crítica sobre escolhas na escalação vale para Maradona: por pressão do Veron, que tem poder demais nessa Seleção, deixou de levar Zanetti e Cambiasso, dois excelentes jogadores que fariam muita falta mas que estão brigados com ele. Por uma briga pessoal, deixou de levar Riquelme, outro jogador que faria bastante falta. Por uma briga familiar, deixou Aguero, um ótimo atacante, na geladeira, no banco de reservas (ele é casado com a filha de Maradona e poucos dias antes do embarque para a Copa foi flagrado pela imprensa chifrando a mocinha). Custa deixar de ser tão passional e fundar suas escolhas na técnica de cada jogador?

É isso. O Desfavor da Semana é que o Alemão tinha razão. Somos um bando de subdesenvolvidos passionais e não estamos preparados para lidar de forma fria e calma com eventuais adversidades. O emocional atrapalhou Brasil e Argentina, que não tiveram preparo para dar a volta por cima. O Alemão tinha razão. Não temos mesmo esse preparo. Mas pelo menos temos sentimentos, não somos mortos por dentro (exceto o Somir). E pior: gostamos disso. Desculpe, Alemão, eu tenho coração.

Para o Alemão, que exaltou tanto nosso ponto fraco, eu deixo este vídeo:

Para dizer que está super feliz porque Dunga saiu do comando da Seleção, para fazer algum trocadilho bizarro com o placar de 4 x 0 para a Argentina e fazer o Somir mudar o nível para DESFSALLY 0 e para dizer que é melhor chupar laranja do que chupar salsichão: sally@desfavor.com


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