Desfavor da semana: Lei Pimenta na Boca.
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Uma notícia que passou relativamente incólume pelo crivo da mídia chamou a atenção do desfavor:
“Xingar o juiz, os bandeirinhas ou o perna-de-pau de um time de futebol está proibido nos estádios da Paraíba. Entrou em vigor nesta quarta-feira a ‘Lei Pimenta na Boca’. Representantes de torcidas organizadas e o promotor Valberto Lira assinaram em João Pessoa um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que cria essa limitação.”
PUTA QUE PARIU! CARALHO! VAI TOMAR NO CU!
Desfavor da semana.
Como já mencionei num “Ele disse, ela disse” passado, eu não sou um defensor do uso de palavrões e gírias. Mas não é questão de achar ofensivo ou moralmente errado, a idéia é que essas palavras acabam se tornando limitadoras da qualidade da comunicação.
Digamos que é uma expressão de elitismo cultural mais do que uma de elitismo de trato social.
Pois bem, é de imaginar que eu não ache a idéia de proibir palavrões num estádio de futebol como um desfavor, certo?
Errado. Comecemos pelo básico: É uma “lei” estúpida. E essas “leis” estúpidas fazem muito mal para a mentalidade de uma sociedade. Eu duvido, e muito, que as pessoas num estádio de futebol parem de xingar e berrar as maiores obscenidades quando o juiz marca um pênalti contra seus times. É um momento de grande passionalidade e é tanta gente junta fazendo a mesma coisa que precisaria da força policial de toda a Paraíba para controlar um estádio cheio.
E a própria IDÉIA de se estar entre centenas ou milhares de pessoas desrespeitando uma lei é um reforço da noção de impunidade que anda de mãos dadas com nossa visão sobre o poder público brasileiro. Essa noção de impunidade por si só não vai fazer um cidadão sair do estádio e cometer um crime, mas vai sim reforçar a mentalidade de que esse país não é sério.
Como, de fato, não o é. Mas no caminho para nos tornarmos uma nação razoavelmente melhor está justamente o respeito da população pelo próprio sistema de governo. Quanto mais pessoas virem as leis sendo respeitadas e criminosos sendo punidos, mais vontade de ajudar o processo. Uma das formas mais eficazes de “civilizar” um povo é manter as coisas em ordem até que esse mesmo povo comece a sentir orgulho dos seus avanços.
E é justamente nesse orgulho, nessa noção de manutenção de civilidade de um povo, que leis estúpidas (mal planejadas) fazem mais mal do que bem. A intenção de se diminuir a violência é nobre sim, mas além do que está sendo proibido ter pouco ou quase nada a ver com o problema, a lei ainda vai ser solenemente desrespeitada por muitas pessoas.
Isso desmoraliza o poder público. E se você quer viver num país civilizado, tem que respeitar as leis. Você e as pessoas ao seu redor. Esse tipo de lei, medida, norma, regra… tudo o que é criado sem um estudo do público ao qual se pretende regular tende a virar uma piada de muito mais mau gosto do que se imagina.
Quem quer diminuir a violência nos estádios tem que enfiar todos os chefes de torcidas organizadas na cadeia. POR MUITO TEMPO. E aqui o outro motivo pelo qual acho essa medida um desfavor. Assinar acordo de cooperação entre poder público e chefes de torcidas organizadas é pedir para ser feito de otário pelo inimigo.
Sally não deve concordar muito comigo aqui, mas é tapar o sol com a peneira dizer que não são as torcidas organizadas que realmente fazem a violência nos estádios ser como é hoje em dia. Claro que todo chefe de torcida (quadrilha) vai dizer que só quer a paz e até ajuda a sociedade, daquele jeitão mafioso de ser. Mas são as organizadas que causam os problemas sim, porque elas funcionam justamente como um grupo de pessoas “irreconhecíveis”, o que apóia a impunidade, o que nos leva ao mesmo problema de pessoa menos civilizadas por não respeitarem e não verem seus “iguais” respeitando a lei.
A violência nos estádios diminui quando “um torcedor” tiver nome, sobrenome, foto e acusação formal pelos crimes que comete. Quando diminuir a impunidade. A Inglaterra era pior que o Brasil nesse aspecto, começou a pegar as PESSOAS que estavam fazendo isso, hoje em dia os campos de futebol profissional de lá não tem nem separação entre campo e arquibancada.
Os ingleses xingam no estádio assim como nós, mas começaram a se orgulhar de seu novo comportamento pacífico. Viram a lei sendo cumprida. É “receita de bolo” para se ter uma população mais educada e civilizada.
Numa arquibancada de jogo de futebol, o palavrão é um direito sagrado. Faz bem xingar ali e é o momento de extravasar. Vejam só que divertido: Algum azarado pode acabar sendo preso por xingar a mãe do juiz, sabendo que uma torcida organizada armou uma confusão fora do estádio e ninguém foi preso.
“Esse país não é sério.”
Então, que tal começarmos a obedecer às leis que já existem (a maioria muito bem pensada) e não criarmos leis estúpidas só para aparecer na mídia, senhor Promotor?
Porque, francamente, puta que pariu, que idéia de merda!
Para dizer que é chefe de torcida organizada da paz e vai me matar, para dizer que gosta do Brasil bem corrupto para poder fazer merda à vontade, ou mesmo para me xingar de tudo quanto é nome: somir@desfavor.com
Entrou em vigor nesta quarta-feira a proibição de falar palavrões e fazer gestos obscenos nos estádios da Paraíba. Vale inclusive para o Campeonato Estadual. Eu sei que parece piada, mas não é. A intenção? Acabar com a violência nos estádios! Brilhante!
Vamos fazer um rápido exercício de imaginação: você pagou para ver seu time jogar. Onze jogadores, que ganham mais do que você e são pagos apenas para chutar uma bola entram em campo. Eles jogam mal, mas mesmo. Mal tipo Palermo (perder três pênaltis em um único jogo? Não, eu nunca vou esquecer!). Daí você não pode gritar, não pode xingar, não pode mostrar o dedo médio para desabafar sua revolta. As chances de alguém estourar em uma conduta violenta são menores ou maiores?
Já falamos aqui sobre a finalidade desabafo-pedagógica do palavrão. Quando você bate com o dedinho do pé na quina da mesa, um belo “PUTA QUE PARIU” ameniza a dor. Da mesma forma que quando o atacante do seu time pisa na bola em vez de chutá-la, um belo “FILHO DA PUTA!” ajuda a extravasar. Mas, com esta proibição, o torcedor tem que entubar. Parece uma proibição pouco inteligente, pois gera ainda mais chances de dar confusão nos estádios.
O que é violência? Xingar é violência? Em que contexto? Na minha opinião (who cares…) xingar em um estádio uma pessoa que sequer está te escutando não é violência. Mas agora não pode mais nem xingar o juiz! O xingamento faz parte do pacote que é ir assistir a um jogo de futebol. Ao menos eu nunca vi uma torcida que grite “Chato, feio, bobo e cara de mamão!”
Outro detalhe: como você vai fiscalizar QUEM está xingando e quando? Teriam que colocar um policial por cada torcedor, nas arquibancadas! A idéia já nasceu inviável, vejam só que coisa mais ridícula. E o representante das torcidas organizadas, ainda assim, assinou um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, que obriga os torcedores a seguir esta limitação. Desculpe, mas se o líder na minha torcida organizada faz isso, me perde como membro da torcida. Tá doido? Ficar negociando meu direito a falar um palavrão?
O que se divulga é que policiais militares fiscalizarão os estádios em dias de jogo (quantos? Não tem bandido para prender nas ruas não? Vai deslocar um monte de policial para isso?). Inclusive foi divulgado que músicas contendo palavrão ou qualquer alusão à violência também estão proibidas. Daí imagina um grupo de umas mil pessoas cantando uma música “proibidona”. Quantos policiais vão ser necessários para dar voz de prisão em flagrante para esse povo todo?
Esta medida tão sensata foi apelidada de “Lei Pimenta na Boca”. Vejamos declarações dos envolvidos para ver se conseguimos uma pista sobre esta determinação teratológica: “Não basta só segurança no estádio. É necessário também que o estádio seja um ambiente saudável à família paraibana, à família brasileira como um todo – diz o assessor jurídico da Federação Paraibana de Futebol”. Gentemmm… eu devo ser muito tosca, porque para mim, um ambiente saudável EM UM ESTÁDIO DE FUTEBOL, é com pessoas xingando juiz e jogador. Gostaria de perguntar a este Assessor Jurídico se ele não xinga quando assiste um jogo do seu time no estádio e se ele não tem vergonha de abrir a boca para dizer uma frase tão hipócrita em público. Vontade até de dar uma investigada na vida dele, para ver se ele é tão “moral e bons costumes” assim, porque sabe como é, quem mais aponta é quem mais tem um esqueletinho no armário.
A conseqüência natural do xingamento não é a violência física. Quem aqui nunca viu dois amigos homens se reencontrando após um período sem se ver? É um tal de “Faaala seu filho da puuutaaa!” e “Faaala seu viaaado!”. Em determinados contextos, palavrão é socialmente aceito. Porra! Tem palavrão em novela da Globo! Pode no horário nobre da TV, com criança na sala, mas não pode no estádio? Então valeu.
Nem vou entrar no absurdo que é punir criminalmente quem fala palavrão. Lesividade zero, insignificância total. É coisa de quem quer ser mais realista que o rei. Fica o alerta. Porque vai que isso se espalha em um esquema de “vamos educar a torcida para 2014”…
A babaquice nos estádios já tinha sido alvo de outro Desfavor da Semana, no ano passado (título “Macaquitos”, nosso campeão máximo de spam). Desfavor avisou. Agora a coisa piora e fica ainda mais ridícula: além dos jogadores não poderem se xingar, a torcida também não pode xingar os jogadores nem o juiz. Já que a palhaçada tomou estas proporções, façam uma lei específica para o TÉCNICO também ser proibido de xingar, porque é certo que o Dunga sai em cana. Ao menos algo divertido seria originado por essa grande imbecilidade.
Os torcedores, claro, não pretendem levar a sério a novidade. A torcedora símbolo do Botafogo-PB, uma senhorinha de 75 anos, disse que pretende continuar falando palavrões “muito feios”. Vejam que não se trata de “coisa de homem” nem de “coisa de gente jovem sem moral e bons costumes”. Uma mulher de 75 anos reconheceu a necessidade do palavrão.
Duas conseqüências podem vir desta lei: as pessoas pararem de freqüentar os estádios por causa da proibição (= prejuízo financeiro) ou as pessoas simplesmente ignorarem esta proibição e continuarem falando palavrão (= desmoralização). Qual será que os palhaços que montaram este circo preferem? Prejuízo financeiro ou desmoralização?
Essa proibição de proferir algumas palavras determinadas me lembra muito à censura na época da ditadura militar, onde não se avaliava o contexto, a intenção, a lesividade. Bastava falar “a palavra” e pronto, você já estava sujeito a uma visita à delegacia. É para frente ou para trás que estamos andando? Porque mesmo que ninguém cumpra, acho um absurdo por si só que alguém tenha ousado determinar uma coisa assim!
E para aqueles que adoram bancar de advogados, desde já devo advertir que antes que digam que há crime de injuriacaluniadifamação (porque sim, leigo acha que qualquer xingamento é os três aos mesmo tempo), para caracterizar uma ofensa como um ilícito penal, dentre outros requisitos, se exige que ela tenha sido proferida com “ânimo calmo”, ou seja, que a pessoa não estivesse de cabeça quente. Se você achar UM com ânimo calmo em um estádio de futebol, eu te dou uma medalha.
Desfavor de quem teve essa idéia, desfavor de quem ajudou a colocá-la em prática e DESFAVOR DA IMPRENSA, QUE APENAS NOTICIOU, SE OMITINDO, SEM MANIFESTAR QUÃO RIDÍCULA ELA É! Impressionante como jornalista brasileiro, no geral, não se compromete!
Para perguntar se cartaz com xingamento pode, para torcer pela adoção desta providência no Recife de modo a que os torcedores do Sport sejam obrigados a não falar palavrão e para dizer que acha que a gente inventou esta notícia: sally@desfavor.com
Isso é impossivel , amanha dia 28/03 vai ter o jogo Campinense x Treze ,conhecido como o "classico dos maiorais"(maior classico do interior do Brasil), no minimo vai ter 20 mil pessoas no estadio e olhe que a maioria fala palavrão. Não tem como a policia prender todo mundo!!
Sinceramente, decepcionante !
Esse país não é sério, PUTA QUE O PARIU…
Madame está um tanto quanto enrolado. Minha parte já está com ele, quando ele puder, ele posta.
Na pior das hipóteses, amanhã tem Desfavor Explica sobre Orcas…
Esse barrigudo da foto é montagem ou ele baixou mesmo as calças? Hahaha
Kd a postagem de hoje? Prostituta que teve um filho, pênis, nádegas, vagina, espermatozóide!
Sally e Somir, sugestão para um deleta eu:
http://colunistas.ig.com.br/vivimascaro/2010/03/08/ronaldo-e-bia-antony-armam-cha-de-bebe-em-seu-apartamento/
a coluna dessa VIVI MASCARO do IG.. puta que pariu, abro a página pra ler notícias do dia e sempre dou de cara com notícias idiotas de "famosos", no melhor estilo SHEYLLLLLA CAMMMMÉRGHYO SOLTA PEIDO EM FESTA E FREIA A CALCINHA
Atendam a pedidos e façam um deleta eu, vaaaaaai
No Rio não têm só ladrão e traficante, têm também puta e viado. =)
Sally, para… vcs tão zoando. Isso é sério?!? Só pode ser sacanagem. Para!
Cara, eu fico só imaginando, geral educada na arquibancada: ESSE JUÍZ É RUIM PRA PÊNIS! PROSTITUTA QUE TEVE UM FILHO! HOMOSSEXUAL, VAI FAZER SEXO ANAL! CHUTA O ESCREMENTO DA BOLA!
Brasileiro sempre arruma um jeitinho, até pra chingar :D
Não tem como! Como vai proibir um estádio de não falar palavrão? Aqui na Suíça tem tipo de lei que "pega" e lei que "não pega". Isso não vai rolar, é só mais uma demonstração que ficam coçando o saco, em vez de criar lei que preste e fazer cumprir as que já tem.
Já já começam a aparecer torcedores do Sport para dizer que a gente tem preconceito contra nordestino e que no Rio de Janeiro só tem ladrão e traficante…
No que o Rio Grande do Sul é progressista em relação a decisões judiciais inovadoras que se transformam em leis que a sociedade já esperava desde ontem, a Paraíba, pelo jeito…
Suellen