Desfavor da semana: Avatarmania.
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Inegável que Avatar já entrou para o rol dos maiores filmes da história. Com quase dois bilhões de dólares em bilheterias, a saga dos azulões bateu todos os recordes e já é um dos mais lucrativos já feitos. E como em todo grande fenômeno da indústria da mídia, algumas pessoas parecem perder completamente a noção do ridículo e se jogam de cabeça no mundo de fantasia criado para um filme, um livro ou um jogo.
A Avatarmania já teve tantos outros nomes, personagens e cenários na nossa história. O que sempre se repete são os desfavores que exageram e agarram a chance de fugir da realidade com unhas e dentes. (E atualmente, muita tinta azul…)
Ao invés de simplesmente tirar sarro, vou explicar o motivo dessa minha rebeldia anti algo que normalmente seria considerado nerdice. Não acho só a Avatarmania uma baboseira. Tem base.
Eu comecei a ser chamado de nerd assim que a diferença entre as minhas notas na escola e a dos meus colegas começou a ficar gritante. E essa diferença era simples de se explicar: Eu continuei interessado no que estavam ensinando. Meus colegas não.
Confesso que o nível do ensino público era uma merda na minha época. Dizem que até piorou nos últimos tempos. Um bando de professores sem o menor interesse de ensinar utilizando livros velhos e economizando giz para não tomar bronca da diretoria. (E internet ainda era uma promessa distante…)
Com o tempo, eu fui aceitando que eu era um nerd. Era difícil entender porque isso era uma coisa ruim, já que pra mim nerd era apenas aquela pessoa que gostava de estudar e tirava notas altas. Eu tinha um videogame com umas 3 fitas e poucas chances de alugar jogos. Achava a TV um saco (Tirando Alborga e Cocktail) e nem sonhava com o que era um RPG. Não tinha muita coisa “nerd” para se fazer da forma que eu fui criado. Eu mal conhecia outros nerds! (Falta de oportunidade.)
Mas era nerd. Todo mundo me dizia isso. Oras, se ser nerd é só isso, as pessoas estavam malucas e eu deveria achar o máximo ser um. E eu cresci com essa idéia na cabeça: Quem gosta de aprender é nerd.
Com o tempo eu fui percebendo a quantidade de idéias paralelas que essa palavra carregava. As coisas começaram a encaixar. Eu também não gosto de gente obsessiva, escapista e insegura! Fazia sentido finalmente porque era tão ruim ser nerd. Fui me esforçando para tirar essa “sombra” de cima de mim, e bastaram algumas notas ruins e umas camisetas de bandas de rock para que eu conseguisse pelo menos fechar a adolescência sem tomar tanta cacetada da opinião pública. (Era tão fácil manipular as opiniões dos outros, nasceu aí uma paixão que eu mantenho até hoje…)
Mas essa jornada não terminaria ali. Há alguns anos, depois de continuar estudando e aprendendo um monte de coisas “inúteis” por debaixo do pano para não trazer a imagem de nerd de volta, caiu a ficha: FODA-SE. As pessoas estavam erradas, aprender não era uma coisa ruim e pau no cu de todo mundo. Eu estava em débito com os tantos nerds que não eram obsessivos, escapistas e inseguros e estavam levando a culpa por isso. E vários outros desse nosso “grupo” trabalharam na idéia durante muito tempo. O objetivo é simples: Tomar de volta o significado real do que é ser nerd e deixar para as pessoas doentes que são jogadas no mesmo bolo as características que elas trouxeram junto com a generalização cretina.
Entendamos a lógica: Nerd é uma pessoa viciada em informação. Uma pessoa obsessiva pode passar anos e anos focada numa mesma idéia (fantasiosa ou não), ignorando outros aspectos da vida. Essa pessoa não vai ter nenhum avanço intelectual importante. Não vai conseguir usar a parte mais interessante do vício em informação: Relacionar idéias. Vai se fechar para tantas outras idéias (fantasiosas ou não) que podem ser interessantes da mesma forma.
Uma pessoa escapista não quer aprender mais, ela quer fugir do mundo em que vive para não lidar com as conseqüências de seus atos e escolhas. Ela se limita propositalmente. Não poderia ser viciada em informação.
Uma pessoa insegura pode ser insegura tomando qualquer caminho em sua vida. Desde o galinha que precisa de aprovação externa para se sentir bem até o que se veste de Darth Vader e sonha com o dia que vai segurar a mão de uma mulher. Aliás, mulheres são menos nerds, ao mesmo tempo que são mais inseguras. Não, não vamos confundir as duas coisas.
Quem se limita de propósito e vive desesperado por atenção não CONSEGUE ser nerd. Dá pra parar de chamar esse tipo de babaca que se pinta de azul ou que acha que é um vampiro de nerd? Eles costumam ser burros ainda por cima! (Eu sei que não vão parar, estou batendo nessa tecla com a Sally faz tempo e ela se recusa a tirar essas presunções pejorativas de nerd…)
Eu tenho um termo novo para nerds que não são viciados em informação: Babacas. Mas mesmo que continuemos por mais algumas décadas a bater na nerdalhada pelos motivos errados (E tem motivos certos, claro. Eu não chamo de vício à toa…), que fique aqui a opinião de alguém que conhece do assunto, já que é chamado disso desde que se lembra por gente:
Estão chamando pessoas desesperadas por atenção de nerds. Não precisa ser um gênio para perceber que é exatamente a antítese da idéia. Tem gente burra feito uma porta (azul) ganhando a fama que os viciados em informação reais construíram.
Eu sou o primeiro a não achar nada demais se interessar por algo que as outras pessoas acham bobagem, vivo aprontando dessas. Mas uma coisa é aprender pelo prazer de aprender e se divertir sem se preocupar com a opinião alheia, outra totalmente diferente é deixar de ser quem é por medo ou preguiça de encarar a vida. Quem faz por gosto sabe dosar. Quem faz por aceitação ou medo da vida se perde na fantasia.
Quando eu digo que esse tipo de fixação com uma história de ficção é algo exagerado até para mim, estou basicamente dizendo que não vejo essas pessoas como “dos meus”. Não acho que é nerd demais. Acho que nem nerd é. É outro nível de maluquice.
P.S.: Eu embirro com filme. Embirrei com Avatar e não vou ver.
Para dizer que eu TENHO QUE VER o filme e blá blá blá, para dizer que finalmente entendeu porque eu acho tão bonito dizer que sou nerd, ou mesmo para reclamar que eu estou traindo o movimento: somir@desfavor.com

Não sei se é a proximidade do carnaval, a proximidade da cerimônia do Oscar ou se é a falta de semancol mesmo, mas de umas semanas para cá venho reparando em como a Avatarmania está ultrapassando as fronteiras do ridículo.
Quero esclarecer que não tenho nada contra o filme. Achei até bacana. Aquela avalanche de efeitos especiais e cores, se não causarem um ataque epiléptico, até que são divertidos. O roteiro, apesar de maniqueísta e manjado, também tem seu lado bacana: coloca os americanos como vilões e prega a tolerância com as diferenças culturais e outros valores importantes. Ah sim, o mocinho do filme é um paraplégico. Isso é novidade. A forma 3D também é convidativa, e ainda dá uma paulada na pirataria.
Dito isto, posso desabafar: PUTA QUE PARIU, SEUS NERDS! Parem de passar tinta azul pelo corpo! MAS QUE CARALHO! O filme é uma metáfora! Precisa levar ao pé da letra e se lambuzar todo de azul até parecer um smurf gigante?
Gostar do filme é uma coisa, fica obcecado pelo filme é outra. Querer ser um Avatar é caso de hospício! Gente, existem nerds que aprenderam a falar o idioma do povo Na´Vi, o idioma dos Avatares no filme! Gezuuuuiz! O que é isso? É falta de tempo? É falta do que fazer? Se eu escutar mais UM nerd se dizendo Toruk Makto vou dar na cara!
E aquelas pessoas que lançam suas fotos em sites que te “Avatarizam”? Daí vão e colocam sua fotinho “Avatarizada” no Orkut e no MSN. Onde foi parar o senso do ridículo? Se você tem mais de 13 anos, é uma vexame fazer isso.
Porque vamos combinar, se sua vida é tão merda que você prefere assumidamente viver um personagem, dedique suas horas livres a jogar Second Life. Pelo menos é no sapatinho, você não expõe sua condição de doente mental para todo mundo.
Os seres humanos que fazem isso são os mesmos que compareceram à pré-estréia de Senhor dos Anéis vestidos de Aragorn e cantando hinos em élfico. São os mesmos que fizeram fila para ver Star Wars com um sabre de luz na mão. São os mesmos que vestiram um sobretudo e óculos escuros para ir ver Matrix. Peloamordedeus, que porra é essa de anular a sua personalidade cada vez que vê um filme que gosta?
Também me espanta que o conceito do filme desperte tanta paixão nas pessoas: poder se transportar para outro corpo e viver temporariamente a vida em outro corpo. GEZUIZ, eu me escaralho tanto para ter ESTE corpo do jeito que eu quero… jamais largaria o meu em troca de outro! Que porra é essa de querer viver outra vida que não é a sua? Tá feia a coisa, hein?
Essa idéia de fuga da realidade, também presente em Matrix, fascina. Não entendo porque. O que me fascina são filmes pé no chão onde o protagonista rala para mudar a sua realidade, com esforço e coragem. Mudar a sua realidade em um passe de mágicas, apertando botãozinho é de lascar. Que coisa de gente descansada!
Durante um tempo eu cheguei até a pensar que estava sendo muito radical, vocês sabem, eu tenho meio que uma birra com nerd. Mas quando o próprio Somir concordou comigo que a situação está ridícula, pude perceber o quanto é grave a Avatarmania.
Gostaria de lembrar um fator importante: é verão. E mesmo assim os seres humanos se pintam de azul, em um calor infernal. E vão para as ruas suando azul. E se acham o máximo. Pessoas com filhos fazem isso! Além de coisa de doido, é altamente inadequado para o nosso clima.
Querer se transformar naquilo que é objeto de admiração é sinal claro de doença mental. Podemos tentar reproduzir algo do que admiramos em alguém ou em uma obra de arte, porém querer se transformar nela é demência. Desculpem a sinceridade, mas nada nesse mundo, NADA, nem filme, nem quadro, nem personagem, nem livro, vai ser mais interessante do que EU. E no dia em que eu quiser ser uma coisa diferente da que eu sou, vou procurar ajuda.
O filme é bacaninha, mas essa exposição monotemática que os fãs vem fazendo tá dando no saco. As pessoas não sabem admirar de forma saudável não? Tem ficar obcecadas até perder o bom senso? Ficar dizendo que é um sei lá o quê do clã sei lá o que… depois vai parar em um hospital psiquiátrico e não sabe porque!
Fato: adultos estão cada vez mais infantilizados. Não sei porque isso vem acontecendo. Talvez porque crianças não vivam mais suas infâncias, muito preocupadas com corpo e com coisas de adultos, daí acabam vivendo uma infância tardia. Talvez seja apenas gente demente mesmo. O fato é que a vergonha alheia vem adotando uma nova modalidade: a coletiva. Ando sentindo vergonha de uma coletividade!
Ficaadica: você, que se veste de azul, PARE COM ISSO. Você não é um avatar. Avatares não existem. Isso depõe contra você. Viva a vida real, não se apegue tanto às fantasias e às realidade virtuais. Faça sexo. Converse com outros seres humanos. Encare seus problemas. Pense, reflita. Não se aliene. Aceite quem você é, como você é. Arrume um lazer que não te exponha ao ridículo nem deponha contra o seu bom senso.
Para dizer que o bom mesmo é se vestir de vampiro, para dizer que tatuou uma cicatriz em forma de raio na sua testa nos tempos em que Harry Potter era moda para dizer que é mais digno sair pintado de azul na rua do que dançar axé: sally@desfavor.com
Eu achei o filme lindinho.
Só não me pinto de azul porque não apareceria
Eu não tenho visto ninguém azul nos últimos dias.
QUANTO?
Pagando bem…
Eu gostaria de ver uma foto do nerd todo pintado de azul.
Somir, VOCE TEM QUE VER ESSE FILME! é genial ^^
O filme é bom, eu gostei e recomendo, mas Avatarmania? WTF? Isso ta acontecendo no Brasil? Eu moro fora e aqui ta tudo normal Oo
O que ta acontecendo ai, gente?
E dançar axé é digno quando vc esta na praia, Sally, você mora em cidade de praia então beleza :)
Sally: quando o movimento se restringia a rapazes sem vida social, ainda tinha a vantagem de saber que ninguém daria pra eles e assim os genes não seriam passados adiante. Agora as meninas aderiram e vão dar pro babaca alfa.
Nos Estados Unidos já tem gente separando os termos Dork, Nerd e Geek. Não é lá muito científico, mas ajuda a entender a revolta de nerds que não são dorks, como o Emílio aqui.
http://www.goingthewongway.com/208/difference-between-nerd-geek-and-dork/
"Maiores filmes da história"? Preciso corrigir: filmes de maior bilheteria da história.
Sinceramente, achei Pocahontas 3D… ops… quer dizer Avatar, uma bosta de filme. Os efeitos só impressionam nos primeiros minutos. Aí deveria entrar uma história decente para sustentar o filme até o final. Mas isso não acontece. O roteiro é uma colagem de todos as obras sobre o tema do "bom selvagem massacrado por maligno invasor".
Sinceramente, não sei como uma bosta dessas ainda rende uma avatarmania. Não basta ter mal gosto, tem que ser retardado também…
Detalhe para o poster de Jonas Brothers na foto AHHAHA :P
Vai ser divertido ver o Oscar: James Cameron X Ex-mulher…
Espero que ele não tenha desdenhado da capacidade da mulher antes/durante/depois do divórcio…
Suellen
Nunca que gente que faz isso é nerd.
Eu acho até bom pessoas(idiotas) fazerem isso.Me dá mais oportunidades na vida, entendem ?
Sem contar aqueles que ficaram em depressão porque nao podia ir p Pandora depois do filme…
"para dizer que é mais digno sair pintado de azul na rua do que dançar axé" ok, vou tentar não concordar com isso, mas achei engraçado.
Enfim, não vejo nenhum problema em uma galera maluca sair por aí se vestindo de azul. Eu gosto de rir, eles me fazem rir, qual o problema?
Desde que eles lembrem que a lingua que eles aprenderam é inútil e que as coisas do filme são só do filme, tudo certo. Só não podem ignorar a própria vida (a não ser que seja muito ruim…).
E eu ainda não havia sabido dessa de sobretudo com óculos escuros por causa de “Matrix”, legal, hahahahaha
Foi moda mesmo, mas será que nessa realmente prevaleceu “a falta de semancol” ? xD