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2018

2018

| Sally | | 20 comentários em 2018

Prontos para começar o ano? Se acham que estão, talvez seja melhor não ler este texto. O Ministério do Desfavor adverte: este texto pode causar depressão. Desfavor Explica: ano de 2018.

É impossível prever toda a encheção de saco que teremos em 2018, mas podemos adiantar alguns eventos do cronograma deste ano para que vocês comecem a se preparar. Vamos analisar o que nos espera em 2018.

Janeiro, como vocês sabem, é calor dos infernos e chuva, muita chuva. O detalhe é que na maior parte das cidades a chuva não refresca a temperatura, muito pelo contrário, deixa tudo mais abafado e ainda provoca enchentes. Sim, séculos atrás civilizações conseguiam construir um sistema de escoamento de água razoável mas até hoje o brasileiro não conseguiu. Deixando de lado as desgraças climáticas, janeiro também tem blocos de rua, em uma espécie de carnaval precoce, que vão perturbar sua audição com música de baixa qualidade e seu olfato, pois estas pessoas suadas urinando nas vias públicas feito animais incomodam.

Janeiro também é mês de pagamento. Paga IPTU, paga IPVA, paga, paga, paga. Para os profissionais liberais, pior ainda, pois a renda costuma cair em uma época do ano onde é institucionalizado o Oba Oba. Para aqueles que são pais, tem a facada extra da compra de material escolar, uniforme, mochila e o caralho a quatro que seja necessário para seu filho não ser o excluído da classe. Ah, sim, em janeiro os relacionamentos bambeiam, pois esse povo promíscuo parece estar sempre na tentação de se emancipar emocionalmente para fazer bastante putaria no carnaval. Péssima época do ano para estar fora de forma, viu? Muito corpo à mostra pelas altas temperaturas e grande risco de fim de relacionamento.

Para finalizar este belo mês de janeiro, dia 24 tem julgamento do Lula. Não importa o que aconteça, não importa mesmo, nem que venha o Godzila pisando em tudo e destruindo a todos, vai ter aquela encheção de saco do PT ser perseguido, do Lula ser um santo, aquele discurso de que quem o condena quer ver os pobres se fodendo, muito chororô massificado e vitimização. Tudo isso agravado pelo maldito calor da porra. E para completar, começa mais um Big Brother, que ninguém vê, mas todo mundo conversa sobre e bate recordes de audiência.

Mas calma, que em fevereiro piora. Calor e chuvas torrenciais continuam, mas agora tem carnaval a todo vapor, ou seja, o brasileiro entra no cio. Além da promiscuidade à flor da pele, pratica-se todo tipo de ritual brega ao longo do país, desde correr atrás do trio elétrico enfiando a porrada no coleguinha até desfilar coberto de penas de alguma ave exótica em um sambódromo qualquer. Estar alcoolizado é meio que um requisito do mês de fevereiro. Não haverá paz auditiva, seja por marchinhas de carnaval irritantes, seja por aquelas músicas/modismo da vez com um refrão medíocre e vulgar repetido à exaustão. Se em janeiro gente suada urinava nas ruas, em fevereiro há um downgrade e gente suada urina em si mesma feito um elefante de zoológico.

Enquanto isso, discretamente, serão votadas medidas que restringem direitos no Congresso. Provavelmente a bosta da reforma da previdência, se o Temer ainda estiver vivo. Aí virá aquela propaganda panfletária motivacional feita com o nosso dinheiro dizendo que ficar sem a reforma da previdência é insustentável (como se não tivessem mais de onde tirar dinheiro). Os petistas filhos duma puta que forma os que elegeram o Temer, nunca é demais lembrar, Vice da Dilma, ficarão colocando a culpa em quem não votou no Temer e repetirão isso à exaustão, até que se torne uma verdade pelo cansaço.

Em março tem o Dia Internacional da Mulher, ou, em bom português, o dia da lacração. Lá vem discurso, textão, reportagem de empoderamento feminino. Haja saco. É lindo ser obesa, é lindo ser peluda, é lindo casar consigo mesma em uma cerimônia. E o calor e a chuva continuam. O carnaval ainda não se foi por completo, você ainda vai ser importunado por trânsito, arruaça, poluição sonora e visual de bloquinhos remanescentes. Vale destacar que em neste mês (e, spoiler, em todos os meses) teremos uma “superlua”, geralmente “a maior do ano”, mas quando você sair na janela para fotografar vai parecer a foto de uma bola de pingue-pongue.

Em abril tem Páscoa, conhecido com o Dia Mundial do Imosec. Tempos de engorda e diarreia. Mas não tem problema, pode engordar à vontade e se cagar todo, pois em abril também tem fim do mundo, seu vexame será apagado da história da humanidade. Quem dera, né? Essas pessoas só me iludem. Estão dizendo que vai ter uma alteração eletromagnética no planeta que vai causar uma danação tamanho GG com todo tipo de desastre ambiental, principalmente terremotos. Vem logo, Yellowstone! Tomara que seja depois da semana santa, assim ao menos a gente aproveita o feriado.

Em maio tem dia das mães, é hora de reunir a família, brigar, ter aquela sensação gostosa de que no momento em que você levantar e sair todos vão falar mal de você, pois aprendi na prática que é isso que famílias brasileiras fazem: se reúnem para fazer fofoca e falar mal uns dos outros o ano todo e depois zera tudo no natal. O país já começa a entrar no clima de Copa do Mundo, os favelados enfeitam a rua e a imprensa noticia cada vez que Neymar dá um peido, especificando se foi seco ou molhado.

Junho. Além da depressão do dia dos namorados, começa a Copa do Mundo, o que torna o dia dos namorados deprimente até para quem tem namorado. Muitos dos jogos acontecerão no período da manhã do Brasil, ou seja, ninguém dorme, pois brasileiro é um favelado piromaníaco que tem tara por soltar fogos. Brasileróide faz churrasco, pinta as unhas de verde e amarelo, fala mal da seleção mas grita do fundo da alma quando os jogadores metrossexuais de cristo fazem um gol. Como se fosse pouco, também é período de festa junina, ou seja, de mais comemoração típica brasileira: álcool e fogos, só para variar.

Julho ainda tem Copa do Mundo, inclusive a grande final. Sabemos o que acontece se o Brasil estiver na final: fanatismo, patriotismo repentino e, claro, muito álcool e fogos. Todo mundo trabalha mais ou menos, pois “o país do futebol”, que na verdade é o país de qualquer pretexto para não trabalhar, dá seu jeitinho de acompanhar todos os jogos. Por incrível que pareça, as festas juninas continuam em julho, pois tava pouco de fogos e álcool. Em vez de um inverno digno com fondue e lareira, temos quentão e fogueira, que merda ter nascido no Brasil.

Agosto. Começa a propaganda eleitoral, ou seja, o país começa a respirar eleições. O povo se transtorna e a dualidade nós x eles provoca encheção de saco, briga e mais encheção de saco. As redes sociais ficam insuportáveis, as pessoas ficam insuportáveis, o país fica insuportável. O Brasil entra no modo “vale tudo”, compram-se votos com dentaduras, com bolsa família ou até com ameaças de morte. No meio desta danação, tem dia dos pais, que é para garantir que a família vai se reunir e o Tio Petralha vai brigar com o Tio Coxinha.

Setembro. A corrida eleitoral está no auge. Dossiês, merda para todos os lados. As pessoas brigando mais do que nunca, tripudiando do rival quando aparece algum escândalo esquecendo que seu candidato também está mais sujo que pau de galinheiro. Neste ponto as redes sociais devem estar fedendo a esgoto e você corre o risco de ter câncer no olho se abrir textinho de whatspapp. É o último mês de propaganda eleitoral antes do primeiro turno, então, candidatos apelam para todo tipo de baixaria.

Outubro. Eleições, primeiro e segundo turno. A baixaria e as brigas continuam, com o bônus que o resultado final provavelmente vai desagradar todo mundo. Estejam preparados para um Presidente escroto, pois é isso que vem. Dia das crianças tornam os shoppings e áreas de lazer intransitáveis com uma série de atrações para estes pequenos anões do demônio, que se fazem presente em todo lugar. Começa o horário de verão, descacetando seu organismo e obrigando aos ladrões a começar a trabalhar uma hora mais tarde.

Novembro. Começa o frenesi/babaquice de final de ano. Idiotas alegres já começam a encher o saco para fazer amigo oculto. O calor se torna insuportável e você sente o cu suar. Desfavor completa dez anos. Turistas começam a chegar ao Brasil e o preço de tudo sobe absurdamente. Muitos estados comemoram o Dia da Consciência Negra, gerando aquela paunocuzação de minoria excluída, apropriação cultural e tantos outros discursos vomitáveis.

Dezembro. Calor bombando. Histeria natalina no máximo, gente que não presta pregando amor e perdão. Todo mundo vira cristão, todo mundo vai obrigado a uma festa hipócrita da empresa. Férias escolares expõe que, na verdade, aquelas famílias perfeitas de Facebook são pais que não conseguem suportar seus filhos por um mês dentro de casa. Vale tudo para se livrar da criança que eles colocaram no mundo: colônia de férias, casa da avó, recreação. Fato triste porém risível: pais não suportam os próprios filhos por muito tempo e, mesmo assim, se acham ótimos pais.

As férias escolares também tornam os locais intransitáveis, novamente cheios desses anões do demônio conhecidos como “crianças”. Viajar custa mais caro que comprar um rim no mercado negro. Sedentários se desesperam e malham achando que dá para emagrecer faltando duas semanas para sua viagem. Natal, ano novo e lá vamos nós para 2019…

Para dizer que quer hibernar até 2019, para dizer que o ano mal começou e você está de saco cheio ou ainda para dizer que ver o Desfavor debochando de tudo isso vai te ajudar a sobreviver a este ano de merda: sally@desfavor.com


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