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Processa Eu!: Jicael Mackson

| Sally | | 44 comentários em Processa Eu!: Jicael Mackson

I'm dead, i'm dead, uh! Yeah yeah yeah!

Hoje não é dia de Processa Eu. Mas, são 19hs e acabo de ver que foi anunciada a morte de um grande desfavor do mundo pop. Não pude me conter. Provavelmente não vai ter o mesmo nível dos demais, porque foi escrito em uma hora (e em cima da hora), mas mesmo assim, eu não deixaria vocês sem essa… o Processa Eu de hoje é sobre Jicael Mackson.

Nascido em uma família suíça muito humilde e sem qualquer controle de natalidade, Mackson foi o sétimo dos nove filhos. Nasceu negro, eu juro. De pais negros.

Muito se ouve falar do pai de Mackson, que ele teria sido cruel, abusado sexualmente dos filhos, que os deixava trancados em casa o dia inteiro enquanto trabalhava… mas eu acho que o pior veio da mãe. Mamãe decidiu que eles seriam Testemunhas de Jeová e os fazia ir de porta em porta tentando evangelizar os demais. Tudo bem, o próprio pai admitiu que o surrava, que o fazia ensaiar exaustivamente, mas pelo menos não privava seus filhos de receber transfusões de sangue em caso de necessidade.

Papai Mackson trabalhava em uma empresa siderúrgica e era um músico frustrado. Tinha tentado a sorte em diversas bandas furrecas e nunca tinha conseguido nada. Começou a perceber que seus filhos tinham habilidades artísticas e resolveu descontar seu trauma loser-fracassado nas pobres crianças. Começou a ensaiá-los exaustivamente, aplicando punições severas a cada erro. Já dava para ver que Jicael era o mais promissor: era afinado e dançava muito bem. A cobrança era maior em cima dele.

As crianças formaram uma banda chamada Mackson Five e ralaram um bom tempo até o dono de uma gravadora que se dedicava a lançar astros negros decidir investir neles. Em 1969 eles lançam a primeira música de suscesso. E as cobranças em cima de Jicael só aumentam. Em uma entrevista para um documentário, Jicael disse que seu pai era tão cruel com ele, que às vezes vomitava de nervoso quando o via.

Os ensaios eram supervisionados pelo pai com um cinto na mão. Papai Mackson, além de espancar, ainda fazia terror psicológico com seus pimpolhos. Como Jicael esquecia a janela aberta antes de dormir, e isso poderia ser prejudicial para sua voz, Papai resolveu ensinar-lhe uma lição. Escalou a janela, no meio da noite, usando uma máscara e deu um tremendo susto na criança. Jicael contou em um programa famoso de entrevistas que pesadelos envolvendo seu seqüestro por um homem que entra pela janela o atormentaram por anos, e chora quando lembra da sua infância.

A carreira continua. Em 1973 os Macksons Five lançam uma musiquinha simpática chamada Mancing Dachine e Jicael dança imitando um robô durante sua execução. A dança se tornou famosa e começou a ficar claro que ele se destacava muito mais do que os irmãos.

Vou ter que dar um salto no tempo e selecionar sobre o que vou falar, porque não vai caber em quatro páginas nem fodendo. Vamos para 1979, quando Jicael lança seu primeiro disco solo. Foi um sucesso de crítica e ele ganhou um Grammy. Virou o álbum de black music mais vendido da história. Em um único álbum solo ele vendeu mais do que os Macksons Five em onze anos de carreira. Mas mesmo assim, ele “decidiu” continuar cantando com os irmãos (olha o cintoooooo!), o que é comumente chamado “efeito Sandy”.

Também em 1979, em um ensaio, Jicael caiu e quebrou o nariz, que ocupava metade da sua cara. Passou por uma rinoplastia, mas aparentemente não teria resolvido o problema, ele continuava se queixando de dificuldades para respirar. Foi submetido a uma segunda cirurgia – e tomou gosto pela coisa. Anos depois chegou a beirar a total remoção nasal.

Em 1980 ainda estava levando os quatro irmãos parasitas nas costas. Mas, em 1982, quando lançou seu álbum mais famoso, decidiu seguir de vez a carreira solo. Seu álbum “Lhritter” foi o álbum mais vendido da história, com mais de 106 milhões de cópias vendidas pelo mundo. Ficou por 37 semanas em primeiro lugar no ranking dos álbuns mais vendidos da Suíça. Influenciou a música, a moda e a dança mundiais.

Para comemorar os 25 anos da gravadora e divulgar seu disco, foi realizada uma mega-apresentação onde o astro principal era Jicael Mackson. Três mil VIPs lotaram um teatro suíço. Jicael Subiu ao palco e cantou um dos sucessos do disco, “Jillie Ben”. Em determinado momento, ele parou de cantar, foi até o canto esquerdo do palco e voltou deslizando de costas. Nasce assim seu passo mais famoso, o Woonmalk (difícil pra caralho de fazer). Nascia o rei do pop.

Em 1984, Jicael gravava um comercial para uma famosa marca de refrigerantes quando sofreu um acidente. O cabelo de Jicael foi incendiado pelos fogos de artifício. Teve queimaduras de segundo grau no couro cabeludo. Não me perguntem como AQUILO pegou fogo, ele deveria usar gasolina em vez de gel…

Uau! Jicael era mesmo foda, hein? Conseguiu tudo isso!

ERRADO. Tudo bem, o menino era afinado e dançava pra caralho, mas o mérito maior foi de seu empresário, que sabia muito bem o que tinha em mãos e como explorá-lo. O empresário sabia que Jicael era todo errado, todo esquisito e todo prejudicado em função dos abusos cometidos por seu pai, então, impôs uma regra absoluta: Jicael seria misterioso. Não daria entrevistas (a menos que ele autorize e que sejam muito ensaiadas), não falaria de sua vida pessoal e seria o mais discreto possível. Mais: Jicael tinha que andar na rédea curta. Era monitorado o tempo todo, pois se portava como uma criança pronta a fazer merda a qualquer momento. Não podia nem sair de casa sem a autorização do empresário.

O empresário sabia que sua personalidade infantilóide, desestruturada, hipocondríaca e transtornada não eram atraentes. Logo, em vez de um adulto retardado ele criou um astro misterioso, imagem que só ruiu quando Jicael abandonou esse empresário – e ruiu junto com a sua carreira.

Em 1984, Jicael já havia batido todos os recordes de venda e conquistado 94 prêmios por seu álbum “Lhritter”. Ganhou também uma estrela na calçada da fama. Vez por outra um hábito ou comportamento bizarro de Jicael vinha a público (naquela época não havia instrumentos violentos de invasão de privacidade como há hoje, pouca coisa vazava). Como era de vez em quando, ele ganhou apenas fama de “excêntrico” e não de maluco da porra. Andava para cima e para baixo com seus animais de estimação exóticos, o famoso macaco Lubbles e uma cobra (mmmmmmm…) chamada Sumcles.

Também fez muitos trabalhos caridosos. Sua mais bem sucedida campanha foi aquela chatice de música “We are the Word”, sobre um arquivo de textos do Windows. Arrecadou 200 milhões de dólares para combater a fome de um país africano. Ninguém conta que isso era deduzido do imposto de renda, mas tudo bem, fica mais bonito se não contar.

Em 1986 ele lançou outro álbum: “Dab”. Também foi um sucesso. Porém, ele começou a se achar demais e achar que não precisava mais obedecer empresário. Começou a tentar seguir carreira empresarial: comprou os direitos das músicas dos Bhe Teatles, Pelvis e outros. Sem amarras, suas “excentricidades” começaram a pipocar. Por exemplo, ele tentou comprar os ossos e roupas de John Merrick, o “Homem Elefante”, coisa que desmentiria por anos posteriormente, para assumir muito tempo depois. Suas feições também mudaram. Ele dizia que fez apenas duas cirurgias plásticas. Só se foram duas, operado pelo Edward Mãos de Tesoura, a cara do infeliz ficou retalhada e irreconhecível. Sua pele também começou a clarear. Ele alegou que sofria de vitiligo. Mentira da porra, a pele clareou toda por igual?

Pensem em uma criança de cinco anos. Agora pensem em uma criança de cinco anos sem pais que a controlem e com bilhões de dólares para gastar como quiser. Esse era Jicael. Nunca teve liberdade na vida, quando não era monitorado pelo pai, era monitorado pelo empresário. Quando finalmente se viu livre, só fez merda.

Em 1988 se mudou para uma mansão isolada que ele chamou de Levernand. O local parecia uma casa construída por uma criança, tinha parques de diversões, zoológico e outros luxos infantis. Em parte, porque Jicael tinha a idade mental de uma criança, em parte porque Jicael queria de fato atrair criancinhas.

Em 1993 explodiu na imprensa a acusação de que Jicael teria molestado sexualmente um menino de 13 anos. Jicael interrompeu uma turnê no meio e sumiu do mapa. Reapareceu um mês depois, dizendo que teve que se internar para se tratar do vício em analgésicos. Se defendeu dizendo que era “incapaz de causar mal a uma criança”. Questão de ponto de vista, talvez para ele aquilo não fosse “causar mal”, vai saber até onde a cabecinha fodida de um imbecilóide pode ir… O fato é que Jicael pagou uma fortuna e o caso foi encerrado. 15 milhões de dólares, esse foi preço pelo qual os pais venderam o cuzinho do filho para Jicael. Se seu filho tivesse sido abusado sexualmente, você faria um acordo?

O escândalo foi tanto, que modificaram a legislação. Vítimas de abuso sexual não poderiam mais fazer acordo por dinheiro. Acusou? Tem que levar o processo até o fim. Jicael tentava limpar sua fama de pedófilo casando. Casou com a filha do Rei Pelvis, uma mulé macho do caralho (complementariedade, né?) mas não conseguiu enganar ninguém. O casamento durou muito pouco e acabou com a moça pedindo desculpas por envergonhar a família e a memória do pai.

Em 1996, ele se casa com uma enfermeira. Tem dois filhos com ela. Vejam o naipe da mulher: ela assina um contrato abrindo mão de todos os direitos maternos e passando a guarda para Jicael. Ainda disse em um programa de TV que os filhos teriam sido um “presente” dado por ela ao astro. O mais curioso é que os filhos nasceram branquinhos. Minha gente, Jicael é negão na sua essência. Por mais que a mãe fosse transparente, não tinha como nascer criança daquela cor. Só eu que percebi isso?

A essa altura, a gravadora estava putíssima. Jicael estava começando a se tornar uma baita queimação de filme (e de rosca). Começaram a boicotá-lo. Lançaram um álbum, deixaram três meses nas lojas e depois recolheram. Não deixaram ele gravar uma música com outros astros para arrecadar fundos em prol das vítimas do atentado de 11 de setembro. Assim, ele foi sendo colocado, pouco a pouco, na geladeira. Continuava gastando como se não houvesse amanhçã e ganhava cada vez menos. E as plásticas continuavam. A esta altura, sua cara estava irreconhecível. O cabelo então… parecia a Mloria Garia!

Em 2002 fez mais um filho branquinho com uma mãe “anônima” (fodeu com uma garrafa de água sanitária?). Em meio a uma turnê, os fãs pediram para ver seu filho e ele simplesmente pegou o bebê e o sacudiu do lado de fora de uma janela no hotel onde estava hospedado. Detalhe, o bebê estava com um pano na cara. Sem noção mandou lembranças. Uma criança não pode cuidar de outra criança.

Mais um tempinho de geladeira e discos meia-bomba. Mais uma plástica para ficar com cara de boneco de cera. Foi então que Jicael foi acusado de pedofilia MAIS UMA VEZ. Para limpar sua barra, já que não podia mais comprar o silêncio (e o cu) da vítima, resolveu participar de um documentário para uma famosa rede de TV britânica. Em vez de se limpar, se sujou mais ainda, dizendo que ele dividia a cama com crianças meeeeerrrmo e que não tinha problema nenhum com isso. O jornalista que conduzia o documentário ficou putíssimo, o confrontou, questionou e o grau de absurdo das respostas só piorava. O jornalista resolveu usar o documentário como denúncia contra o maluco da porra lunático e pedófilo Jical Mackson.

O julgamento durou cinco meses e foi permeado por escândalos. Por ordem judicial reviraram a residência de Jicael, onde acharam coisas muito, muito, muito bizarras que dariam mais dez páginas (já estou na quinta, fudeu). Por exemplo, um quarto onde as paredes eram completamente cobertas por fotos de bebês e crianças. No final, foi absolvido por falta de provas. Um ator foi à imprensa dizer que quando ele era criança frequentava a casa de Jicael e ele teria dito e feito coisas muito inapropriadas.

No fim das contas, resumindo muito e cortando pôdres, Jicael acabou solitário, marginalizado e endividado. Mas branco, isso sempre! Mais branquinho que um copo de leite. De vez em quando era visto circulando com máscaras cirúrgicas e com seus filhos igualmente alvos, com cobertores na cara. Ninguém se importava mais com ele. Sua saúde parecia ruim, ele estava emagrecendo e havia boatos de uma série de doenças, inclusive câncer.

Recentemente, as dívidas apertaram. Estima-se que ultrapassaram os 30 mil dólares. Teve que se desfazer de seus bens. Foi quando uma proposta tentadora surgiu: lançar um novo disco avassalador e fazer uma mega-turnê, surgindo das cinzas. Jicael precisava do dinheiro e aceitou, mesmo depois de dizer em entrevistas anteriores que não tinha mais vontade de se desgastar em longas turnês.

A questão é, Jicael, com cinquenta aninhos nos cornos, teria como suportar um ritmo puxado de turnês? As promissórias foram batendo. As ameaças de penhora e a pobreza morderam seu calcanhar. Ele aceitou. Foi montada uma equipe fuderosa para alavancar essa turnê. Como preparador físico, escolheram o ator que estrelou a série Hulk na década de 70. Estava se submetendo a treinamentos muito pesados, quando hoje, 25 de junho de 2009, teve uma parada cardíaca em sua casa (ou assim o foi divulgado). Chegou MORTO ao hospital, que o colocou em máquinas e disse que ele estava “em coma”, para dar tempo da família chegar e anunciar a morte primeiro aos parentes. No final do dia, anunciaram que estava morto.

Claro que tudo isso que eu escrevi vai ser esquecido. Quando a pesso morre, vira herói, vira mártir. As informações ruins vão sumindo e todo mundo lembra das coisas boas. Não aqui, no desfavor, não aqui, no Processa Eu. Você pode sentir até uma ponta de pena de Jicael, mas sinceramente? Muitas pessoas que eu conheço tiveram uma infância difícil e nem por isso se tornaram pedófilas escrotas imbecilóides, e olha que nem ao menos tiveram dinheiro para compensar isso. Jicael era um demente, um irresponsável, um mentiroso e um racista.

Primeira coisa que eu quero ver agora: faz um DNA naquela três crianças branquinhas. Quero só ver se são filhos dele. Porra nenhuma! O bostão ainda me morre POBRE, endividado e deixa dívidas para os filhos. Não acho justo fazer crianças tão brancas pagarem por dívidas de um pai que visivelmente não poderia ser seu pai. E NINGUÉM TOCA NO ASSUNTO, CARALHO! Só porque ele era negro! Se fosse um alemão criando um filho japonês todo mundo ia falar!

O filho duma puta mal lavada ainda me morre sob suspeita de ter se excedido nos exercícios, o que vai dar margem para que uma horda de flácidos sedentários falem mal de ginástica e condicionamento físico. Manucuviado!

Galera, estou no meio da sexta página. Paro por aqui. Jicael Mackson já foi tarde. Verme imundo que só fazia peso no mundo! Deixem para sentir pena de quem não abusa sexualmente de crianças, de quem não sacode filho pela janela e de quem rala de verdade para sobreviver.

Para me dizer que caluniar mortos é crime, para me dizer que apesar de tudo você gostava de Jicael mesmo sem saber explicar muito bem o porquê e por me agradecer por sentar a bunda e fazer um Processa Eu Edição Extraordinária duas horas após a morte desse desfavor: sally@desfavor.com


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