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Ele disse, ela disse: O cliente tem sempre razão?

| Desfavor | | 30 comentários em Ele disse, ela disse: O cliente tem sempre razão?

Braço-de-ferro.

Seguido ao Irãgate do ultimo sábado, Sally e Somir discutiram calorosamente sobre os rumos do desfavor. De um lado, Sally defendia que os gostos dos leitores do blog deveriam influenciar sim as postagens. Do outro, Somir mantinha que o nível do blog pioraria caso escutassem mais as opiniões de quem lê.

Como de costume, algumas ofensas finalizaram a conversa, que não chegou a lugar algum.

Tema de hoje: Um blog deve se pautar pelos gostos de seu público?

Somir

Não. Óbvio.

Alguém está lendo esta postagem por obrigação? Você está lendo este texto por algum motivo, muito embora eu não possa apontar exatamente qual, eu posso garantir que você ESCOLHEU acompanhar este blog.

Você pode gostar só dos textos da Sally, você pode gostar apenas dos textos mais humorísticos, você pode se divertir com a desconstrução de mitos e críticas sociais que fazemos, você pode apenas querer um pouco de atenção…

Alguma coisa te cativou aqui. Nossos gostos se alinharam em algum momento e você decidiu que seria divertido e/ou interessante voltar para ler mais. Por mais que houvesse muita vontade minha e de Sally para agradá-los, não os conhecíamos. Não fomos pesquisar quem seriam os nossos leitores, apenas começamos a escrever para ver o que aconteceria depois. Tivemos nossos resultados. Pessoas como você resolveram participar desse processo, lendo, comentando ou pedindo conselhos.

Tudo de forma natural, sem entrar na prostituição habitual dos outros blogs.

Nesse ponto, eu tenho CERTEZA que falo por mim e por Sally: Fique por aqui o quanto quiser, quando quiser e saia quando não achar mais que vale a pena. Sem pressão, sem drama, sem chantagenzinha barata.

Mas nossas diferenças começam a ficar evidentes quando eu sugiro que falemos APENAS do que quisermos e aceitemos apenas sugestões que nos pareçam realmente válidas por parte de quem comenta os textos.

Ela não gosta disso. Ela me diz (de forma bem mal-educada) que eu sou um individualista com complexo de dono-da-verdade que se recusa a aceitar sugestões de qualquer outra pessoa que não seja… eu.

Ei, eu sei que sou um babaca. Isso não era novidade para mim e MUITO MENOS para ela. Não fazia o menor sentido montar um blog comigo e esperar que eu achasse lindo escrever com o objetivo de agradar. E não estou dizendo isso para me defender, estou usando isso como argumentação para dizer que essa química entre o intransigente e a “miss-simpatia” (pelo menos em comparação) é o desfavor.

O blog que você escolheu ler. Se fizesse mesmo TANTA diferença para você se ver espelhado aqui, já teria pulado fora na primeira desavença. E mesmo a Sally não é famosa pelas suas opiniões populares…

Leu uma postagem aqui com a qual se identificou totalmente? Ótimo! Acabou de ler uma coluna que achou ridícula? Somos pessoas diferentes. E isso é uma coisa boa de se perceber. Pensou com calma pela primeira em algum assunto pelo o que leu neste blog? PERFEITO! É justamente por isso que nos comunicamos!

A necessidade de aceitação nos leva a armadilhas. É reconfortante ver que mais alguém no mundo pensa como você, mas não tem um papel muito importante na sua vida no final das contas. Se você já sabia daquilo, adianta muito ler uma confirmação?

E é nesse tipo de círculo vicioso que entramos quando os pedidos dos leitores norteiam os assuntos escolhidos pelo blog. Não existe mais troca de opiniões, apenas troca de “tapinhas nas costas”.

Eu sinceramente não entendo essa carência de aprovação. Esse joguinho de cartas marcadas que Sally está tão interessada em instaurar por aqui vai tornar o desfavor previsível. Poderemos até ter mais leitores, mas… Vai fazer diferença? Assim que acharem outro lugar onde alimentem mais o ego desses leitores, eles vão embora.

Sally conhece pouco de blogs. Ela ficou escandalizada quando percebeu que assim que ficou sem tempo de comentar alguns blogs que acompanhava, os donos e donas desses DESAPARECERAM daqui. Ela ainda acha que basta ser agradável e receptiva para atrair gente de qualidade para participar do projeto que é o desfavor.

Se abrir as pernas, o desfavor vira MESMO um blog de auto-ajuda e fofoca. A coletividade tem MERDA na cabeça. Eu sei muito bem que pouca gente vai defender a qualidade dos temas. Ficaremos cheios de histéricas e puxa-sacos e as pessoas que realmente importam, aquelas que vão se COMUNICAR com a gente, essas vão embora.

Que beleza de troca, hein?

Do jeito que a coisa vai, está me parecendo que Sally quer fazer CHANTAGEM com o público. “Olha só como eu me dedico a vocês, continuem por aqui.” Pois bem, eu estou dizendo “Eu só escrevo o que quero, fiquem por aqui se quiser.”

Reclamem e sugiram quando acharem necessário. Pode ser que funcione, pode ser que não. Alguém vai morrer por causa disso? Não é só porque uma pessoa não gosta do que você faz que você vai parar de fazer. Cada um faz suas escolhas.

E eu não vou escolher mudar os meus interesses. E vocês? Não vão ler outra coisa quando não gostam do que está por aqui? Deveriam. Se começarem a pagar mensalidade para acessar o blog, eu começo a pensar no assunto… Por enquanto é diversão pura.

Essa coisa de escolher uma coisa só para tentar mudá-la depois é tipicamente feminina mesmo… Depois eu que sou teimoso.

Para dizer que eu estou me achando um blogstar, para dizer que fica insegura quando alguém discorda de você, ou mesmo para me chamar de insensível e bater a porta do seu quarto depois: somir@desfavor.com


Sally

Foi debate entre Madame e eu neste final de semana, e foi uma pancadaria tão bonita que decidimos transformá-lo em Ele Disse, Ela Disse. Um blog deve decidir sua pauta com o objetivo de agradar seus leitores?

Quem me conhece sabe que a minha resposta é SIM.

Sempre que posso atendo aos pedidos, seja pedido pelo fórum, seja por e-mail, seja por comentários no próprio blog. Sempre que posso estou no fórum respondendo a perguntas ou trocando e-mails com pessoas que acompanham o blog. Eu não ganho um centavo para fazer isso, eu genuinamente me interesso por aqueles que estão lendo e quero de coração agradá-los.

Isso me faz escrava da vontade popular? Claro que não! Existe um meio termo entre TER QUE obedecer a TUDO que é dito e QUERER atender pedidos. Aparentemente Madame desconhece isso. Sabem o que é mais engraçado nisso tudo? Eu sempre costumo levar a fama de “tirana”, “intransigente” e de quem “quer tudo do seu jeito”. Chegaram a dizer isso de mim por diversas vezes. Vem cá… agora que vocês já me conhecem há quase UM ANO, tem pessoa mais banana do que eu? Eu sou uma tirana que quero tudo do meu jeito? Quem fala isso de mim está queimando o próprio filme, porque convenhamos, eu cedo, eu cedo pra caralho. Infelizmente, quando você cede calada, sem ostentar que está cedendo, neguinho não percebe, não lembra ou não reconhece.

Quando li os comentários do Desfavor da Semana, principalmente o de Madame, me senti na obrigação de vir aqui dizer que ele não fala por ambos, ele fala POR ELE. Pergunta se ele trata assim cliente, que paga uma grana preta pelos serviços dele? É RUIM! Como se chama isso? Ven-di-do. Eu não ganho um centavo mas ainda assim escuto todo mundo e me preocupo de coração com todo mundo, porque encontro outros benefícios aqui que não o lucro. Não preciso ser paga para tratar os outros bem e querer fazer suas vontades. Na minha opinião, benefícios do blog são maiores e melhores do que dinheiro.

Eu escrevo este blog pela TROCA com os leitores. O que enriquece é essa troca. Se eu não estivesse interessada na troca, no retorno de vocês, pegava meus textos e escrevia em um caderno para ninguém ler. Ou então aceitava uma dessas propostas mercenárias para publicar um livro só com os SS, mas “adequando o vocabulário e alguns comentários” – vulgo SE PROSTITUIR PROFISSIONALMENTE. Censura nunca mais!

Não quero nada disso. Quero justamente o retorno de vocês. Porque? Porque me faz bem. Me faz bem trocar idéias, me acrescenta, me enriquece (no sentido metafórico, claro). E por mais que Madame me repreenda cada vez que eu digo isso, SIM, EU ME IMPORTO COM O QUE VOCÊS PENSAM. Ele acha que dizendo isso eu entrego uma arma a cada um de vocês e permito que me sacaneiem deliberadamente se um dia quiserem me detonar, só para me ver mal. Pois bem, quem quiser me detonar, que me detone, ficarei triste um tempo e depois passará. Prefiro a transparência.

Quando penso no que vou escrever em determinada semana, não levo em conta apenas minha vontade, como se eu fosse um ser alheio ao mundo. Não sou uma entidade superior que vem aqui despejar conteúdo para que reles mortais, se quiserem, leiam. Sou uma pessoa como vocês e para que meu objetivo neste blog de realize (essa troca da qual falei), é preciso que estejamos todos em sintonia, é preciso que o assunto interesse a vocês, é preciso que seja algo coerente com o blog. Claro, é preciso também que eu queira e saiba escrever sobre o assunto. Tem coisas que mesmo me pedindo eu não vou saber fazer. Mas dentro do universo das coisas que eu posso fazer, acho benéfico para todos que eu me deixe guiar por vocês, para escolher o melhor assunto, para ter mais retorno e potencializar essa troca que eu quero tanto.

Seria o mesmo que convidar vocês para jantar na minha casa, sem perguntar o que vocês querem comer, servir buchada e se alguém não gostasse, dizer: “Me é indiferente se você gosta ou não, quem jantar na minha casa vai ter que comer buchada”. Eu não faria isso com uma visita à qual quero bem. E é isso que vocês são, minhas visitas, meus amigos, pessoas a quem eu quero bem. O mínimo que se pode fazer é prestar atenção aos gostos das pessoas que convivem com você (porque sim, ainda que virtual, é uma convivência) e tentar adequar o que você quer e o que você pode dar ao que as pessoas gostam. Não para mimar, puxar o saco ou conseguir leitores (lembrem-se, não ganho um centavo aqui e não quero patrocinadores), mas sim para poder aprender com vocês, trocar idéias e fazer disto uma coisa que valha a pena.

Afirmo com tranqüilidade que mais da metade de tudo que eu faço é atendendo a pedidos. No começo eu até colocava uma dedicatória no final dizendo de quem era o pedido que eu estava atendendo, mas parei com isso porque deu merda uma vez e acabei prejudicando a pessoa que pediu. Mas não é porque eu não fale que não estou fazendo. O último Processa Eu, por exemplo, foi atendendo a pedidos. Não é discurso, não são palavras bonitas. Lembrem do que eu sempre falo: palavras qualquer um diz. Foquem nos meus ATOS e constatem se o que digo não é coerente. Meu objetivo aqui é essa troca e meus atos provam isso.

Meu blog não é e não vai ser NUNCA uma coisa unilateral. Se ele quer que o dele seja assim, então, nos dias dele, cairá um texto do nada, falando sobre o que ele quer, foda-se quem gostou, foda-se quem não gostou. Mas nos MEUS dias, eu garanto que isso não vai acontecer.

Para me dizer que ouviu falar que eu sou uma tirana que não sabe trabalhar em grupo, não quer ceder em nada e quer tudo do seu jeito, para me dizer que agora toda vez que ficar com raiva de mim vai me detonar nos comentários para me ver arrasada e para me perguntar o que foi que eu vi em uma pessoa como o Somir: sally@desfavor.com


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