DR FOREVER: DRAMA! (Capítulo 5)
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DRAMA! CAPÍTULO 5, CENA 1:
Na favela Velha Esperança, Carlão encara demoradamente o estranho que acabara de bater na porta do barraco de Pilha e Lindamár. O jipe importado estacionado na frente, mais caro que o bairro todo, atrai a atenção de toda a rua, principalmente das crianças e de Pantera:
PANTERA: Mano! Com um carro desses eu nunca mais precisava batê punheta na vida!
CRIANÇA REMELENTA: Mãe! Ele falou punheta!
PANTERA: Calabôca, pivete!
CRIANÇA REMELENTA: Mãe! Ele me bateu!
PANTERA: Bati?
De dentro da casa, Lindamár corre para atender a porta:
LINDAMÁR: Pronto, meu drogadinho, chegou a ajuda!
PILHA: Quem é, Juma?
LINDAMÁR: Juma é a rampeira da tua mãe! E eu não sei quem é, eu só tinha esse número de telefone marcado na sua agenda escrito “emergência desmemoriada”.
Lindamár abre a porta. Do outro lado um homem vestindo um casaco de couro, chapéu e óculos escuros parece estar preocupado com seu carrão cercado de descamisados.
LINDAMÁR: Você é o L.G.?
L.G.: Sim. Posso entrar?
LINDAMÁR: Mas limpa o pé que você pisou num cocôzinho de cachorro. Hihihihihih.
L.G.: Merda!
LINDAMÁR: Isso. Hihihihi… O senhor não está com calor com essa fantasia de detetive?
L.G.: Sim… Já limpei o pé. Posso entrar?
LINDAMÁR: Claro!
Adentrando o recinto, o misterioso homem aproxima-se de Pilha, que observa desconfiado.
PILHA: Quem é você, rapá? É da imprensa? Não dô entrevista não… Não de graça…
L.G.: Temsalamãonopão!
Pilha começa a tirar a roupa. Parece hipnotizado.
LINDAMÁR: O que é isso? Não fica pelado não seu favelado! Tem visita!
L.G.: Não se preocupa, moça. Mamãechegoucasacaiu.
Pilha pára tudo o que está fazendo.
LINDAMÁR: Como você fez isso?
L.G.: Logo no começo da carreira dele nós o levamos para uma sessão de hipnose para controlar os impulsos auto-destrutivos do Rafael. Ele reage a algumas palavras-chave. Sabe o Pábio Fuentes que vivia indo no meu programa?
LINDAMÁR: Seu programa? Você é famoso?
CARLÃO: Cê é o Lulu Giberato! Eu ti conheço!!!
Lindamár e Lulu olham assustados para a janela. Carlão dá um sorriso amarelo e desenmoldura-se. Lindamár corre e fecha a janela num movimento brusco.
DRAMA! CAPÍTULO 5, CENA 2:
Do lado de fora da casa de Pilha e Lindamár, Carlão ainda tenta escutar o que se passa lá dentro com o ouvido encostado na janela fechada. Pantera se aproxima:
PANTERA: Mano, cê não ia lá dá uns trato naquela bacana?
CARLÃO: Vixi, é mêmo! Fica escutano a conversa aqui e me avisa se acontecê alguma coisa…
PANTERA: Vô te avisá como?
CARLÃO: Aqui ó… fica com o meu célula! Aí cê me liga.
PANTERA: Só…
CARLÃO: Essa vida di postrituto… postitruto… pos… tri… ah, puto… é foda! Fui!
PANTERA: Coráge aí! Fica na paiz que eu te ligo se rolá morte aqui!
CARLÃO: Valeu!
Carlão sai correndo rumo ao seu destino, e enquanto desaparece no horizonte, Pantera começa a perceber que não adianta muito usar o celular de Carlão para ligar para Carlão…
PANTERA: “Pô, o mano nunca tem crédito…”
DRAMA! CAPÍTULO 5, CENA 3:
Do lado de dentro da casa, Lindamár está fascinada com a nova descoberta sobre seu amor. Lulu, agora sem o disfarce, mantém Pilha sentado em posição de lótus no chão com outro comando verbal.
LINDAMÁR: Ele faz mais truques?
LULU: Faz, mas o meu código de ética impede que eu conte as outras palavras-chave.
LINDAMÁR: Por favor, seu Lulu, conta!
LULU: Não posso.
LINDAMÁR: Mas… por que o seu telefone estava marcado na agenda nele para ser chamado em caso de perder a memória?
LULU: É melhor para todos nós se ele mantiver algumas coisas do passado bem enterradas na memória, senhora.
LINDAMÁR: Senhorita que o filha-da-puta ainda não me deu um anel. Hihihihihi…
LULU: De qualquer forma… Eu vou te dar esse papelzinho com uma palavra especial. Assim que eu estiver longe daqui, você diz essa palavra em voz alta para ele e a cabeça dele volta ao normal.
LINDAMÁR: Ele deixa de ser um vadio drogado abusado inconseqüente e maluco?
LULU: Isso nem a hipnose deu conta. Toma o papel. Tenho outros compromissos e preciso ir agora.
LINDAMÁR: Se ele perguntar o que aconteceu, eu digo que você esteve aqui?
LULU: Só se você quiser morrer.
LINDAMÁR: …
LULU: Hehehehehe!
LINDAMÁR: Hahahahaha!
LULU: Mas é sério. Conta para ele e você morre.
LINDAMÁR: …
Lulu coloca todo seu disfarce e volta para seu carro. Após afastar as crianças e Pantera das proximidades do veículo, entra e arranca levantando a poeira da terra batida, sumindo rapidamente no horizonte.
DRAMA! CAPÍTULO 5, CENA 4:
Carlão finalmente chega ao seu destino, um condomínio de apartamentos de alto padrão. Logo na portaria, começa a bater no vidro escuro da guarita de segurança.
CARLÃO: Ow! Ondié qui fica a casa da Helena?
VOZ: Senhor, fale no comunicador.
CARLÃO: Hã? Quem tá falando?
VOZ: Senhor, o comunicador. Aperte o botão para falar.
CARLÃO: Fala mais alto ou sai daí di drento!
VOZ: *suspiro*
O segurança sai de dentro da guarita, faz contato visual com Carlão e aponta especificamente o interfone.
CARLÃO: Volta aqui!
VOZ: NO INTERFONE!!!
CARLÃO: Não to cum meu celulá aqui mano! Larga de cu doce e fala cumigo!
VOZ: *suspiro*
CARLÃO: Vô na Helena, mano!
VOZ: Ok, aguarde.
O portão principal se abre e Carlão finalmente adentra as dependências do edifício. O segurança se aproxima:
SEGURANÇA: O senhor vai seguir à esquerda até o elevador. Décimo quinto andar.
CARLÃO: Véio… Essa Helena é gostosa?
O segurança olha surpreso para Carlão.
SEGURANÇA: D-d-décimo… décimo quinto andar… *voltando para seu cubículo*
Carlão não entende nada, mas segue seu caminho até o apartamento de sua cliente. Ao chegar, descobre que há apenas uma porta na saída do elevador, o apartamento cobre o andar todo do prédio.
Carlão bate de forma nada discreta na porta. Uma senhora, do alto dos seus 70 anos de idade, atende. Carlão não consegue evitar a cara de decepção. Sabendo que precisa do dinheiro, agarra a idosa e taca a mão na bunda dela.
SENHORA: Agradeço o mimo, rapaz, mas eu não sou quem você está procurando.
CARLÃO: Putz… Foi mal… Mais a bunda da sinhora tá durinha hein?
SENHORA: Obrigada. Por favor, siga-me.
Carlão segue a mulher por uma suntuosa sala de estar, decoradas pelos mais variados tipos de obras de arte. Ao entrar no corredor, percebe uma foto emoldurada na parede. Uma belíssima jovem segura um cetro, trajada com um vestido, uma coroa e uma faixa que diz “Miss…”
SENHORA: É aqui.
CARLÃO: Hã? Firmeza! É pra ficá pelado?
SENHORA: Isso você decide com a dona Helena. Pode entrar. *apontando a porta de um quarto*
DRAMA! CAPÍTULO 5, CENA 5:
Enquanto isso, na casa dos Somir:
SOMIR: Preciso voltar para o trabalho. Hoje tem reunião e eu vou voltar tarde.
SALLY: Reunião com a sua querida secretária, é?
SOMIR: Sally, não começa.
SALLY: Por que você nunca me deixa te visitar no trabalho? A empresa é do MEU PAI!
SOMIR: Era, Sally, era… E não tem nada a ver com a secretária, eu não gosto de misturar a vida pessoal com a profissional.
SALLY: Ela é mais bonita do que eu?
SOMIR: Isso é impossível, meu amor.
SALLY: Olha lá! Tá me traindo sim!
SOMIR: Puta que pariu! Hoje quem tem motivo pra ficar desconfiado sou eu! Eu acreditei em você na história do pedreiro e é assim que você retribui?
SALLY: Você acreditou porque sabe que eu sou tonta e não te traio.
SOMIR: Ah, tem que ser tonta para não me trair?
SALLY: Você nem me defendeu contra a sua irmã.
SOMIR: …
SALLY: Vai! Vai pro seu trabalho me trair!
SOMIR: Você TEM que virar tudo a seu favor, né?
SALLY: Eu estou muito chateada com você. Vai embora!
Somir sai de casa soltando fogo pelas ventas. Sally espera sua saída para soltar um pequeno sorriso de satisfação. Logo após, pega o papel com o telefone que Somir anotara anteriormente e começa a discar. Depois de sete toques, finalmente a ligação é completada:
LINDAMÁR: Alô?
SALLY: Lindamár?
LINDAMÁR: Primeira e única. *estrondo* Espera um pouquinho.
SALLY: Quer que eu ligue outra hora?
LINDAMÁR: Se for cobrança, sim. Se for emprego, não.
SALLY: Meu nome é Sally, me indicaram seu nome para o emprego de dia…
LINDAMÁR: *latidos* Quieto, Pilha!
SALLY: De diarista…
LINDAMÁR: Lavo, passo e cuzinho… quer dizer, cozinho. Hihihihi… PINGANATARRAQUETA!
SALLY: Pois não?
LINDAMÁR: Espera só um pouquinho… *cacarejo*
SALLY: Olha, eu posso ligar outra hora…
LINDAMÁR: PEGANATARRAQUETA! Estou tendo um probleminha aqui… Mas eu aceito o emprego sim… *mugidos*
SALLY: Você mora em uma fazenda?
LINDAMÁR: Não, hihihihi. Meu noivo está com um probleminha… NÃO MASCA A CORTINA, PILHA!
SALLY: Eu pago dois salários mínimos por mês e…
LINDAMÁR: APAGATARRAQUETA! Maravilha! Eu aceito sim… *miados*
SALLY: Quando você pode come…
LINDAMÁR: ISSO MACHUCA, FILHO DA PUTA!
SALLY: Hein?
LINDAMÁR: Nada! Desculpinha… Não estou conseguindo ler um papelzinho que o Lulu me deu.
SALLY: Lulu?
LINDAMÁR: *silêncio*
SALLY: Você pode começar amanhã?
LINDAMÁR: Posso. Daqui a pouco eu ligo pegando o endereço… *ligação cai*
CONTINUA…
O Somir não fez a postagem de sábado até agora 18:15. Cadê a Sally que não entrou em ação?
Eu adoro essa novela, por mim teria mil capítulos!
“SALLY: Quando você pode come…
LINDAMÁR: ISSO MACHUCA, FILHO DA PUTA!”
Hahaha! XD
Difícil segurar o riso!
Curiosidade esperando o próximo capítulo.