Desfavor Explica: Albinos.

Nosso corpo, olhos e cabelos tem a cor que tem graças a um pigmento chamado “melanina”. O corpo humano produz esse pigmento na camada mais profunda da pele (papo técnico: derme) e ele vai se espalhando para as camadas mais superficiais. Mas, para que isso aconteça, é indispensável a ajuda de uma enzima (papo técnico: tirosinase). Algumas pessoas nascem com uma alteração genética que bagunça esse mecanismo: não possuem o gene responsável por dar ao corpo a “ordem” para produzir essa enzima.

Assim, sem essa ordem, o corpo não produz a tirosinase. Sem a tirosinase não há melanina. Sem melanina não há pigmentação. Sem pigmentação, a pele fica rosada, os cabelos loiro claro ou brancos e os olhos azuis, cinzas, ou rosados (dependendo da luz podem parecer vermelhos). Esse grupo de pessoas cujo organismo não produz melanina é conhecido como Albinos e podem existir de três formas diferentes: 1) Ococultâneo total ou parcial (que afeta o corpo todo), 2) Ocular (somente os olhos sofrem despigmentação) e 3) Parcial (não há produção de melanina apenas em algumas partes do corpo).

Essa mutação é chamada de “albinismo”, espero eu que não por muito tempo. O sufixo “ismo” indica uma doença, razão pela qual já se aboliram termos como “homossexualismo”, que sabidamente não é uma doença. O albinismo é tratado como doença pela OMS, mas os albinos não me parecem doentes. Um albino é uma pessoa como você e eu, apenas não tem pigmentação na pele, olhos e cabelos. Alteração genética nem sempre é sinônimo de doença.

Essa alteração pode ser uma mutação “ao acaso” ou uma combinação genética de duas pessoas portadoras dessa característica. Vale lembrar que uma pessoa pode possuir essa mutação genética mas não ser albina, ser apenas portadora do gene. É a combinação de duas pessoas com essa característica que gera uma criança albina.Pessoas com pigmentação normal podem ter um filho albino e albinos podem ter um filho com pigmentação normal. Não custa dizer que não é “contagioso”, nem se adquire ao longo da vida. Albino se nasce.
O fato de não ter pigmentação pode deixar os albinos mais propensos a algumas doenças, como câncer de pele, por exemplo, mas isso não os torna doentes. Orientais são mais propensos a algumas doenças, pessoas de ascendência mediterrânea também, e isso não os faz doentes, certo? Infelizmente no Brasil aquilo que é diferente do convencional, do padrão, é visto com medo, estranhamento e desconfiança. Sim, também existe o preconceito por ser branco. E o preconceito está em todas as classes, até mesmo na classe médica: muitos ainda tratam albinos como doentes e tem poucas informações sobre os cuidados que eles precisam.

Estima-se que existam cerca de 12 mil albinos no Brasil, mas até onde pude pesquisar, não foi feita nenhuma estatística oficial, não tenho ideia de como se chegou a esse número. Normalmente eles são registrados como “brancos” e ponto.Também existem graus em cada condição, alguns são tão leves que a pessoa sequer percebe que tem albinismo, principalmente se sua família for de pessoas muito brancas, com olhos claros e cabelos claros. Um exame oftalmológico pode confirmar se a retina e a íris são transparentes ou até mesmo um exame de DNA que pode esclarecer essa dúvida. Albinos podem ser confundidos por pessoas portadoras das Síndromes de Griscelli ou Waardenburg, por exemplo. Na dúvida, tem que procurar uma segunda e uma terceira opinião.

Por não produzir melanina, os albinos devem evitar ao máximo a exposição ao sol. Protetor solar não basta, também se recomenda o uso de roupas feitas com tecido especial que proteja contra os raios solares. A visão também pode requerer atenção especial, a ausência de pigmentação na íris e na retina somada a uma alteração no nervo óptico podem tornar difícil para os albinos ver o que nós vemos com facilidade, como por exemplo um letreiro luminoso em um ônibus. A falta de pigmentação dificulta a visão em ambientes de muita luminosidade e não raro eles tem dificuldade para visualizar letras pequenas ou detalhes à distância.

Por muito tempo isso não era bem explicado ou divulgado. Com isso, crianças albinas muitas vezes acabavam tendo um desempenho escolar ruim. Quando você tem um problema de visão que nasce com você, fica difícil descobrir que tem um problema de visão. A dificuldade de enxergar em ambientes muito iluminados ou de focar letras pequenas ou detalhes acaba não sendo percebida de imediato.

Uma coisa é enxergar perfeitamente e começar a desenvolver uma miopia, por exemplo. Você tem um parâmetro de comparação: consegue ler algo e depois não consegue mais. Crianças albinas não tem esse parâmetro de comparação e muitas vezes não conseguiam identificar que seu rendimento estava ruim por uma mera dificuldade de visão. Conclusão: durante muito tempo se pensou que eles tinham alguma deficiência cognitiva. Típico do ser humano: se é visualmente fora do padrão, a presunção costuma ser negativa.

Existe recursos simples para ajudar a melhorar o desempenho de uma criança albina na escola, coisas como provas com letras aumentadas,sentar em um lugar que lhe favoreça a visão (quanto menos luminosidade e reflexo melhor), uso de óculos, monóculos, folhas com linhas muito escuras e maior espaço entre elas ou qualquer artifício que melhore sua visão e, sobretudo, o respeito dos professores. Por exemplo, um professor de educação física jamais deve obrigar uma criança albina a fazer exercícios debaixo de sol.

Infelizmente nem sempre é isso que se vê na prática. Enquanto reservam assentos para facilitar a vida de pessoas obesas, que assim se encontram por mérito próprio, se ignoram as necessidades de crianças albinas. Uma criança albina não precisa de uma escola especial, ela é tão ou mais capaz do que uma criança que tenha melanina e dizer o contrário é uma forma de racismo invertida. O que se precisa é de informação, que infelizmente o Estado não dá.

Hoje se sabe que albinos tem perfeita cognição e que se houver alguma dificuldade no aprendizado escolar não é por sua capacidade intelectual e sim por um simples problema de visão. Um boné para evitar a claridade, um óculos ou até mesmo a boa vontade da professora fazendo letras maiores pode fazer toda a diferença. Mas o preconceito continua. Estamos falando de Brasil, um país onde se exorcizam pessoas que tem uma crise epiléptica. Imagina o quanto não sofre uma pessoa com olhos avermelhados ou pele excessivamente branca.

Além dos mitos sobrenaturais envolvendo albinos, existem os mitos científicos. Já ouvi muita gente informada dizer que albinos vivem menos, que são pessoas mais doentes e que são mais frágeis. Bem, do ponto de vista da falta de pigmentação de fato eles devem tomar alguns cuidados, mas isso não quer dizer que estejam condenados a morrerem jovens.

O mito é uma grande confusão que faz com o albinismo em animais: um animal albino de fato está em desvantagem com os demais, pois sua visão pode não ser tão boa, o que o atrapalha na hora de caçar sua comida, ele não pode se camuflar com facilidade e o coitado não tem a prerrogativa de usar protetor solar. Mas nada disso encurta a vida de um ser humano: um albino pode comprar sua carne no supermercado, usar óculos de grau e se proteger do sol.

Os albinos ganharam o apelido de “filhos da lua”, isso porque a exposição ao sol lhes faz muito mal, podendo inclusive gerar queimaduras de terceiro grau com muita facilidade. Assim, eles preferem o período noturno para sair às ruas e praticar suas atividades. Além disso, com menos claridade conseguem adaptar melhor a sua visão, já que a maioria tem fotos sensibilidade. Daí para o preconceito é um pulo: vampiros é a coisa mais agradável que alguns escutam. Isso gera inúmeros problemas de adaptação social e relacionamento, mas quem tem uma doença não são os albinos, e sim as pessoas que os discriminam. Uma doença chamada desinformação.

Já ouvi falar que “albinismo” tem como um dos seus “sintomas” prejudicar a sociabilidade da pessoa. Besteira. A única coisa que um albino tem prejudicada é sua produção de melanina! Mas, quando você é olhado como uma atração de circo desde pequeno, se retrai quase que involuntariamente. Não é verdade que albinos tenham problemas de sociabilidade. A verdade é que qualquer pessoa tratada ostensivamente como diferente desde sempre vai desenvolver algum mecanismo de defesa para lidar com isso.

O preconceito não se limita ao Brasil. Recentemente o Papa Francisco está participando de uma campanha para denunciar o massacre e a perseguição dos albinos na África. Há uma incidência maior de albinos entre pessoas de pele negrae muitos africanos creditam a albinos diversos mitos. Alguns acham que sejam amaldiçoados, fantasmas ou sinal de azar e os perseguem,outros acreditam que mata-los ou mutilá-los traga boa sorte e riqueza.

Relatos da ONU indicam que na Tanzânia ocorreram 72 assassinatos de albinos nos últimos dez anos. Levando em conta que o índice de albinos costuma ser de um caso para cada 15 mil pessoas no mundo, é um número alarmante, apesar de ser aparentemente baixo. Há até relatos de homens portadores de HIV que acreditam que estuprar uma menina albina curaria sua doença. Preocupante. Os albinos que vivem na África vivem com medo.

Normalmente os pais de crianças albinas ficam perdidos, pois nem mesmo na internet é fácil encontrar informação detalhada. No Brasil, hoje, existe o programa Pro-Albino, voltado para atender e orientar albinos e seus familiares. O projeto começou em São Paulo, mas a ideia é que alcance todo o Brasil. Também existem projetos de lei que lutam pela distribuição gratuita de protetor solar (que para os albinos é praticamente um medicamento preventivo, já que sua pele não possuí defesa contra os raios solares), e óculos.

O curioso é que eu nunca vi um albino se vitimizar. Ao contrário de outras minorias, que tentam tirar proveito de tudo, sempre os vejo de forma digna, discreta. Merecem meu respeito. O nosso respeito. Já passou da hora de pararmos de olhar albinos como algo desconhecido, misterioso ou exótico. É hora de olhá-los como eles realmente são: uma pessoa como você e eu, que apenas não possuí pigmentação na pele, olhos e/ou cabelo. Essa é a melhor medida inclusiva que alguém pode adotar: tratar com normalidade.

Para quem quiser saber mais sobre a “Causa Albina” (por falta de palavra melhor…) recomendo um passeio pelo blog ou por alguma entrevista do Roberto Biscaro. Didático, inteligente e informativo. Ah, sim, o texto de hoje está em letras maiores de forma proposital.

Para dizer que até ler esse texto você pensava que o termo correto era “Alpino”, para dizer que problemas com sol e com visão você também tem ou ainda para dizer que ninguém quer saber de albinos em plena Copa do Mundo: sally@desfavor.com

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Comments (93)

  • Oi Boa tarde eu sou albina e estou mim deparando com alguns fios pretos no meio dos meus cabelos loiros será normal

  • Achei ótimo a matéria e comentários das pessoas,percebe-se que eis uma pessoa bem viajada e instruída culturalmente,mas fico triste de ouvir tanta coisa patética e tanta generalização sobre o povo baiano.É triste saber que se de um lado defendem os albinos,do outro massacram os baianos, é necessário analisar de uma forma mais culta a Bahia e perceber que nem todos são assim.
    Sou baiana e ativista dos direitos dos albinos e nunca fui preconceituosa com ninguém,não sou da ”macumba” como dizem e nem escuto pagode.
    Obs:Generalização é um preconceito sujo e desnecessário.

    • Maria, morei lá tanto tempo… não é generalização, é a mais pura verdade. Pelo seu raciocínio, nunca poderemos falar mal do que é ruim, por ser “generalização”. Meio nazista isso, né? Tem coisas que simplesmente são horríveis.

  • Sei que o texto é meio antigo, mas é realmente bem interessante e tem muitos comentários agregando. Só tenho que chamar atenção para a contradição entre lutar contra o preconceito, mas encontrar aqui tantas falas preconceituosas: o baiano isso, o evangélico aquilo, etc. Não sou baiana, nem evangélica, mas acho que nenhuma pessoa deve ser julgada por isso; é uma generalização muito arriscada.
    Mas valeu a leitura!

    • No caso de baianos e evangélicos, não é preconceito, é pós-conceito. Morei lá e sei muito bem como funcionam aquelas pessoas tão queridas…

  • Prezado! Sou pai duma menina linda de 2 anos de idade, portadora do albinismo. Eu e minha esposa temos tomado bastante cuidado com a pele dela, usando sabonetes e loções específicas, protetor solar, etc. Contudo, temos pouca informação sobre cuidados alimentares a tomar: neste momento não damos a ela qualquer tipo de marisco, carne suína e derivados porque crescemos ouvindo que faz mal á sua pele. Tem alguma informação sobre isso? Visnu Zitha | Maputo – Moçambique

    • Eu é que fico lisonjeada de você ter gostado do meu texto, Roberto.

      É bem difícil me ver elogiando algo aqui, principalmente nessa era de coitadismo e assistencialismo. Tiro meu chapéu para os albinos enquanto classe, que são dignos, não tentam tirar proveito nem se vitimizar.

      Erradicar a ignorância é o primeiro passo para um mundo melhor, no que eu puder ajudar, conte comigo!

  • Interessante…
    Se o sufixo “ismo” se refere a doença, o termo “lulismo” (tem na wikipedia), se aplica perfeitamente ao termo…

  • Sobre os albinos: Que a vida deles se complica em termos de luz solar eu já sabia, mas não sabia que existem culturas bárbaras(pôs, “diferentes”, pros politicamente corretos) que PERSEGUEM albinos e estupram albinas!! Lugares perdidos! Mundo perdido!

    E, de fato, W.O.J, o céu(ops) é o limite para o preconceito da grande maioria dos evangélicos! Difícil achar algo contra o qual eles não tenham preconceitos :P

    • O mais “curioso” (muitas aspas nesse termo) é que tanto aqueles que acham que eles trazem sorte, são mágicos ou tem poderes quanto aqueles que acreditam que eles sejam amaldiçoados os caçam, matam e mutilam!

  • Já vi uma reportagem de um país (Tanzânia mesmo, talvez? ) em que mutilam os albinos para dar sorte… É uma geração sem mãos, braços, olhos… A ignorância tem a cara muito feia!

  • Sally, um off topic(desculpe, mas tenho de fazê-lo): CAIU UM VIADUTO EM BH – MINAS. E veja vc, foi um daqueles viadutos “colados com cuspe” construídos sob medida para a copa. É a Bananalândia mostrando pro mundo a beleza de lugar que é!

      • Ah, Sally, COMO me lembrei de vc qdo vi esta notícia – acredite, eu a vi NA GLOBO! Milagre? Ou cu piscando?

        Pq uma tragédia destas não ser noticiada pela globo é a globo dando tiro no próprio pé!

        • Tem coisas que transbordam, não dá para esconder se não depõe contra a própria Globo. A Globo é vendida e trambiqueira mas não é burra, certas coisas ela sabe que TEM QUE divulgar.

          • E eu tb acho muito curioso como tem pessoas que diante de um fato desse vem com as seguintes pérolas:
            “Mas o viaduto nem estava pronto!”
            “Viaduto cai em qualquer país”.

            Fala sério.

            • Se não está pronto quer dizer que ainda não pode passar, não quer dizer que vai cair, porque se fosse sinônimo, interditariam a rua que passava por baixo, não?

              E se cair em “qualquer país”, coisa que não é verdade, pois cair um viaduto é incompetência e não fatalidade e em matéria de incompetência o Brasil fica bem colocado no ranking mundial, também se falaria mal.

              Isso é gente que se recusa a admitir sua parcela de culpa. Custa ir para a TV e dizer que foi um erro grosseiro contratar a porra da DELTA, empresa suja envolvida em mil escândalos para fazer obras públicas? Custa pedir mil perdões e dizer que vai dar toda a assistência à família das vítimas? Custa dizer que aprendeu com o erro e nunca mais vai acontecer porque os cuidados serão redobrados? Tem gente que pensa que se desculpar é “abaixar a guarda”, se humilhar. Essa gentalha e todos seus militantes perigam NEGAR o desabamento e chamar de pessimista quem disser que caiu!

              • Concordo e foi o que eu falei pra quem vinha com essas pérolas. Não justifica. Se não estava pronto por medida de segurança, não era nem pra carro estar passando por baixo…

                E depois vem com o discusso sentimental de que esta triste e só pensa nas vidas perdidas. ZzzZzZZzZzZ…

                Será que eu estou me tornando intolerante? Porque não consegui ouvir isso e deixar passar batido. Sério… E olha que eu nem sabia desses podres da empresa.

                • Não, Lichia. Você não está sendo intolerante. Você, assim como eu, só não consegue ser insensível, cínica e hipócrita de se acostumar com essas MERDAS que acontecem todo santo dia e vem sendo bem deglutidas por essa sociedade babaca e egoísta que não se revolta a menos que seja diretamente afetada.

                  Claro que, aos olhos da maioria, não são eles que são egoístas, somos nós que somos chatas.

              • Sou de BH e todos estão revoltadíssimos com esse acidente.
                Olha as informações que andam circulando:

                Há cinco meses atrás, um outro viaduto da implantação do BRT, na mesma avenida Pedro I cedeu 30 centímetros e a SUDECAP afirmou que não havia risco de desabamento. ( http://goo.gl/Rs7ipQ) Esse ainda continua de pé, não se sabe por quanto tempo.

                Há três dias atrás, um ônibus BRT pegou fogo após uma falha elétrica, coincidentemente na mesma avenida. Há suspeitas de que o problema possa ser de fabricação e que todos os veículos passem por recall ( http://goo.gl/0xluop ).

                Há uma semana atrás, um laudo técnico indicava “falhas estruturais graves” na estação BRT São Gabriel, por onde passam 80 mil pessoas por dia. ( http://goo.gl/987DxG ). Ainda não houve nenhum acidente por lá e a prefeitura assegura que a estação está com “as condições de segurança necessárias”.

                Todas esses casos fazem parte da implantação do mesmo sistema BRT na cidade. Eu me pergunto se alguma pessoa em BH consegue se sentir segura circulando por aí de MOVE. Ou passando por alguma obra rodoviária.

                Todas essas obras são “legado da copa”, feitas a toque de caixa, sem participação popular e com suspeitas de superfaturamento, inclusive.

                “A tragédia não isenta de responsabilidade a construtora Cowan, que também financia campanhas políticas. Em 2012, a empresa desembolsou R$ 2.826.264,29 para os partidos. No dia 28 de setembro de 2012, segundo o TSE, a Cowan fez uma doação de R$ 500 mil ao PCdoB; no dia 20 de setembro, R$ 1 milhão para o PMDB; no dia 4 de outubro, R$ 500 mil para o PMDB; no dia 25 de outubro, R$ 326.264 para o PMDB; e no dia 28 de setembro, R$ 500 mil para o PSDB. ”
                O contrato da empresa Cowan é de +- 170 milhões para a construção dos viadutos, sendo que em 2012 saiu algumas matérias alegando desvio de verbas e outras falcatruas. Aparentemente a prefeitura assinou o contrato com a empresa ANTES do resultado da licitação sair, e antes mesmo da empresa ter o CNPJ liberado para atividades comerciais.

                O filho da puta do prefeito deu entrevista pra globo news falando que é normal viadutos caírem e que não é momento de procurar os culpados, mas de aprender com a lição. E a preocupação da prefeitura é remover os destroços a tempo do próximo jogo da copa, na próxima terça-feira.

                TOMARA QUE O PRÓXIMO VIADUTO CAIA NELE!

          • Felipe, é impressão minha ou essa implantação do BRT aí em BH é feita “nas coxa”? Estive recentemente em BH e olha… não é jamais parecido com os ônibus de Curitiba!

  • Eu acho albinos muito bonitos. Gosto da palidez da pele. Uma vez eu vi uma mãe com duas filhas aparentemente gêmeas, uma albina e outra ruiva. Coisa mais linda!
    Até pouco tempo eu não sabia que albinismo era uma “doença”, fiquei sabendo pelo desfavor que eles tinham algumas dificuldades.
    E sim, pessoas de pele branca também sofrem preconceito. Basta a pessoa não estar “no lugar certo” que esse tipo de coisa acontece (por exemplo, um branquinho estudar numa escola pública cheia de negros).

          • Quando eu morei em Salvador fui chamada de branquela mais de uma vez e pasmem, um dia na rua uma mulher gritou para mim “ei, leite moça!”. Pelo menos a moça do leite condensado é bem bonitinha, mas vai revidar? Não pode, senão eu seria uma racista fdp.

            • Exato! Você escuta desaforos até na rua e tem que ficar calada. Tudo bem que lá NADA DÁ EM NADA, então você pode revidar que não vai ser presa nem fodendo, mas mesmo assim, é um aborrecimento.

              Uma vez fui comprar uma base para o rosto e a cor mais clara que tinha fez parecer que eu havia passado lama na cara. Eu disse para a vendedora que não levaria porque aquela base era muito escura para a minha pele e ela fez cara de puta e me corrigiu de forma agressiva “NÃO, SUA PELE É QUE É MUITO CLARA PARA A NOSSA BASE”

              Desculpa por nascer branca, não por mal não, tá? Bem que eu queria ser negra e ter cotas para faculdade e concurso público…

              • “Sua pele é que é muito clara para nossa base”…hahahaha, morri com isso!

                Eu já até me acostumei, meu cabelo é escuro e dá a impressão que minha pele é ainda mais branca. Pessoal vem com papinho de ” Você parece doente” “como assim você mora no nordeste mas não pega sol???????” “Não gosta de pele bronzeada????”

                Não, eu não gosto, eu gosto de pele branca cor de parede, ok?

                • Certa ocasião minha casa estava com cupins e eu liguei para a empresa de decupinização mais conceituada daquele lugar (com preço bem caro). Me deram todas as explicações e eu perguntei se, caso o problema persistisse, eles viriam fazer uma segunda aplicação (algo que é padrão no Rio, eles dão um tempo de “garantia”). Tive que ouvir uma bufada e uma resposta em tom agressivo: “Escute, Minha Senhora, se o SEU CUPIM não morrer com o nosso remédio aí o problema já não é mais meu”.

                  Salve Salvador. No aguardo de uma Tsunami varrer esse lugar horroroso depois que os Impupulares de lá foram para o Suriname.

                  • Eu me solidarizo com você, Sally. Já passei por situações parecidas quando morava lá, e olha que minha pele nem é clara. Meu tom natural é médio/amarelado, mas usei um ácido para espinhas durante um tempo e tive que parar de tomar sol, então fiquei branca. As pessoas me chamavam de Nosferatu, fantasma, alma penada e ficavam mandando eu me bronzear como se a cor de minha pele afetasse a vida delas. Até parei de ir em salões de beleza nessa época porque cansei das cabeleireiras falando que meu cabelo preto natural era pintado porque de outra forma seria impossível uma pessoa branca ter um cabelo tão preto quanto o meu. As pessoas não paravam de perguntar que tinta eu usava nos cabelos e quando eu falava que não tingia, a reação era sempre a mesma: “tinge sim!”. Na dúvida, é sempre melhor acusar. Baianos são todos iguais e não aceitam o mínimo de diversidade em sua sociedade bizarramente retrógrada e plena de zumbis repetidores de padrões, por mais imbecis que sejam esses padrões.

                    Eu vivi por muito tempo lá e pude reparar que uma pessoa branca só não sofre preconceito em Salvador se: a) estiver dentro do padrão rede globo de beleza b) for rica (nesse caso, eles deixam para te chamar de branquelo azedo pelas costas) c) torrar no sol, bronzear até os miolos e depois pintar o cabelo de loiro c) fizer das tripas coração para esconder toda sua inteligência, senso de humor e capacidade crítica para não contrastar com os locais. As mulheres, mesmo as mais estudiosas e inteligentes, só podem falar de casamento, filhos e maquiagem, ou serão vistas como uma psicopata de novela. Quem não é rico ou bonito precisa se misturar à massa de baianos dementes, ensaiar seus melhores sorrisos falsos, usar roupinhas da moda, fazer o que todo mundo faz nunca, nunca, em hipótese alguma, deixar escapar qualquer atitude minimamente interessante ou original.

                    • Imagina eu, atéia, sem filhos, sem querer ter filhos, autora do desfavor, como era tratada por lá. É muito sofrimento esse lugar, um atraso civilizatório. É bem isso que você falou: mulher que quer ser aceita socialmente tem que ser bancada pelo marido e almejar se tornar mãe e dondoca se não é tratada como uma aberração!

                    • Imagino o que você passou na Bahia, ainda mais sendo uma mulher tão sarcástica, convicta e transparente no quesito opinião. Tenho alguns conhecidos “ateus” por lá. Se dizem ateus, mas são todos devotos de algum exu, vestem-se com a cor relativa à sua entidade durante um dia da semana e usam fitinha do Bomfim para fazer uma social com os locais. Muitos deles também acreditam em astrologia, algo extremamente popular naquela sociedade intelectualmente nula. Não tenho nada contra essas crenças em si, mas ateu que faz macumba e checa o horóscopo antes de sair de casa é algo que (felizmente) só se vê na Bahia. Enfim, um brinde a nós, que escapamos de lá!

                    • Coisas da Bahia: gente que usa camiseta do Guns N´Roses ou do Metallica ou roupa da La Bela Máfia porque acha cult se dizer Rock n´roll mas só escuta aquelas merdas de arrocha ou pagode baiano. Pessoas que se dizem atéias mas usam guia de candomblé e acreditam em horóscopo. Gente que se diz católico praticante e vai em terreiro de macumba.

                      É a terra da incoerência, da falta de bom senso, do absurdo.

                • Não me bronzeio por duas razões: A genética não ajuda e eu não quero pois sou loira, loira muito bronzeada fica horrível.
                  Quando eu morei em João Pessoa fui chamada de alemã, Branca de Neve e qualquer outro apelido envolvendo palidez que você pode imaginar. Eu não me importava, é claro, mas que acontecia, acontecia.

                  • O ridículo é que quem nos ridiculariza por sermos brancas dá faniquito se a gente ridiculariza de volta a pessoa pela cor da pele.

                    Qual vai ser? PODE ridicularizar alguém pela cor de pele, qualquer que ela seja, OU NÃO PODE?

                  • É por isso que ODEIO SALVADOR, POVINHO HIPÓCRITA, PORCO, MAL EDUCADO, etc, etc, etc… Ahhh, mas já já eu sumo desta terra HORRÍVEL que insistem em propagar como “cidade linda demais”

                    E aqui vos fala uma mulata clara e com traços “finos” que já foi até confundida com turista(sim, AMO MUITO qdo alguém me diz “nem parece que vc é de Salvador/Bahia – e qdo dizem que não pareço brasileira, eu tenho orgasmos múltiplos internos psicológicos, hahahahaha)

              • Olha moça, eu realmente sinto muito que você tenha sofrido tanto por ser branca e etc, e acho que essa coisa de separação racial seja uma idiotice, quer você seja branca, azul, verde, ou mesmo arco-íris. Mas veja, a Bahia é relativamente grande, certo? Você morou nela inteira? Porque Salvador não é nem 10% da Bahia.
                Fora isso, veja bem, sou do interior da Bahia, mas moro a bastante tempo em Salvador. Pra os que quiserem me chamar de ‘da roça’, ‘fazendeira’ ou algo do tipo (a constituição lhe permite isso, muita gente passou décadas lutando para que se tenha liberdade de expressão em nossa geração), mas, longe de mim querer parecer presunçosa, ou pior, metida! Quero informar aos que generalizam e rotulam as pessoas, que eu sou do interior sim, e sou baiana. Isto, até onde sei, não me afetou intelectualmente, já que eu tenho plena certeza de que sou capaz de raciocinar com coerência e lógica.
                Sou negra, veja só! Sou contra a política de cotas por que não acho que eu precise disso, mas sei que as condições no nosso país não são das melhores, e que o governo precisa desse tipo de atitude para agradar o povo estatisticamente. Também sou mulher, não tenho planos de me casar, e se alguém tiver algo contra isso, creio que isto seja um problema pessoal alheio a mim.
                Assim, vejo que sendo eu uma mulher negra e baiana, de acordo com o estereotipo traçado nos comentários que li, creio que meu destino é me casar com um negro com tendencias alcoólatras, um tanto acéfalo, trabalhador brutal, ignorante e que provavelmente me verá como objeto, me fará cinco filhos e me trairá com no mínimo outras três mulheres.
                Partindo da mesma perspectiva, posso também entender que deveria me sentir estranha ou privilegiada ou, no mínimo, recessiva, quanto ao meus gosto tanto por música erudita quanto por rock e tantos outros estilos musicais, por ser boa nas ciências exatas, humanas e letras, fluente em outro idioma, desenhar, pintar, ler e criar partituras e tantas outras coisas que não são necessárias citar.
                Será que me encontro em erro tão profundo crer que sou normal? É claro que esta é uma postagem antiga, mas me recuso a acreditar que a um ano e meio atrás o mundo fosse tão diferente. Eu sei que muitos ainda dirão que penso assim porque sou jovem. É verdade, tenho 16 anos. Mas se ter consciência de quem sou e de quem posso ser é coisa de jovem, espero que a experiência que os anos venham a me trazer não afete o meu senso crítico e opinião.
                No mais, achei interessante o artigo e espero que, de forma alguma, eu tenha ofendido alguém.

      • acho que são os baianos que ficam aporrinhando nas pages da internet dizendo que uma nêga é melhor que uma branquela loirazeda.

          • São mesmo, Sally e do tipo mais NOJENTO de preconceituoso: Aquele que usa e abusa de VANTAGENS proporcionadas pelo politicamente correto para fazer o que bem entendem. **ah se fuder esse povo cretino! **

            E já me deparei com uns CÍNICOS que ainda têm a CORAGEM, a AUDÁCIA e a “SEM NOÇÃOZICE” de dizer que racismo é só de branco contra negro, nunca de negro contra branco. É de cair o cu da bunda a canalhice profissional do baiano médio, putaquepariu!

        • e se você disser que tem preferência física por loirinhos, prepare-se para a encrenca.
          em fortaleza eu era chamada desses apelidos pra branco e eu nem sou tão branca assim, sou meio bronzeada

  • Conheço a mãe de um garotinho albino, ela faz de tudo para que ele seja tratado normalmente, mas infelizmente ficar longe do sol significa um pouco de reclusão. Ela diz que ele fica extremamente incomodado com qualquer tipo de luz forte, mas óculos de sol e bonés ajudam bastante.

    • No Brasil isso é de fato uma grande limitaçao. Torço para que um dia se descubra uma forma de estimular a produçao de melanina, para que eles ganhem mais qualidade de vida.

  • “Os albinos ganharam o apelido de “filhos da lua”, isso porque a exposição ao sol lhes faz muito mal, podendo inclusive gerar queimaduras de terceiro grau com muita facilidade”.

    Tem pessoas que não são albinas que sofrem também com a exposição ao sol? Lembro ter visto uma reportagem sobre uma menina no sul que padecia desse problema, não lembro quando…

        • E normalmente a pessoa não pode ter contato nem com alguns tipos de luz artificial.

          Conheci uma pessoa assim… A casa era toda com cortinas pesadas sempre fechadas e luz pálida. A casa era bem escura. E era um amor de pessoa, um doce, super educada, inteligente. Mas teve que parar de trabalhar por causa disso. A “alergia” (não sei se é esse o termo correto) só se manifestou depois de adulta.

            • Lupus causa esses sintomas depois de adulto sobre o qual vocês devem estar falando nessa altura da conversa. Alergia de pele ao sol e hipersensibilidade à luz na visão, além de sintomas parecidos com artrose (artalgia).

  • Eu também não sabia desse preconceito, talvez por nunca ter convivido com nenhuma pessoa albina. Mas vou te falar que gostei muito desse contraponto que vc levantou e o questionamento de quem no final das contas são preconceituosos e escolhem o caminho da vitimização.

  • Tive um professor albino no cursinho que era brilhante, se minha mente não me falha de história. Ele atendia o plantão de dúvidas e era ótimo ao passar informação.

    * vontade de comer Alpino.

  • Estudei numa escola onde tinham 3 albinos irmãos. Exatamente o que vc falou: discretos, meio tímidos, usavam óculos de grau e, até onde eu sei, nunca repetiram nenhuma série (na época em que isso era possível).

    Acho “engraçado” um negro dizendo que a única diferença deles pros brancos é a melanina e mandando um “credo” quando vêem um albino…

    Sobre o Alpino, alguém sabe se ele mudou de composição? Antes era diferente dos outros chocolates, tinha um gosto diferente. Agora está duro que nem brita e parece a mesma coisa dos demais… *decepção

    • Já vi muito negro se portando de forma preconceituosa com albinos. Fico para morrer…

      Sobre o Alpino, mudou mesmo: está uma coisa dura, farinhenta e sem gosto

      • Concordo. Alpino FOI único. Não é mais. (a mesma máxima que usavam na comunidade “Eu odeio a Sony”, do Orkut (!!!!): “Sony foi, não é mais”.)

        Apenas como observação sobre albinos: por onde anda Hermeto Paschoal, hein? Esse cara faz um musicão de primeiríssima linha, completamente na contra-mão da “”””””qualidade”””””” “musical” brasileira típica! Aliás, uma pena que ele ande meio sumido, porque o talento dele devia estar em alta exposição neste país maldito, em lugar das vadias do quadradinho de 4(*2).

  • Pois é, mas por essa lógica o daltonismo também não é doença, é uma singularidade perceptiva. Tudo depende do conceito de doença que você for empregar. É um déficit de produção de melanina que causa prejuízos ao sujeito, que não tem a menor culpa disso e que ainda por cima vai se incomodar pra cacete por ser diferente. Sacanear albino é coisa de gente primitiva e ignorante, concordo. Agora o que fica estranho é você sacanear o Fernandinho, que também tem uma condição geneticamente determinada, e militar na “Causa Albina” porque não implica em déficit intelectual.

    • Vamos combinar que eu não sacaneio todas as crianças com Síndrome de Down como uma classe e que eu não fiz uma postagem dedicada a tripudiar do Fernandinho. Eu contei uma história verídica onde uma criança com Síndrome de Down grudou em mim e não saiu nem com vassourada (que, diga-se de passagem, partiu de pessoas da casa dele).

      Então, o foco não é a deficiência e sim a situação. Não foi um texto dizendo como crianças com Síndrome de Down são “inferiores” ou coisa do tipo, foi uma narrativa de uma situação inusitada que aconteceu. Eu, pessoalmente, acho que existe uma diferença.

      No dia que um albino me fizer passar por um grande vexame não vou deixar de contar uma história a respeito só por ele ser albino.

    • Infelizmente tem, e geralmente é movido pela ignorância. Alguns pensam que eles tem uma doença de pele, outros sentem estranhamento por sua aparêcia. Evangélicos então, nem te conto as coisas que costumam dizer…

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