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Ele disse, ela disse: Moucos por Natal.

| Desfavor | | 72 comentários em Ele disse, ela disse: Moucos por Natal.

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Nada melhor para celebrar o aniversário do Papai Noel do que discutir coisas que detestamos sobre a data. Música sendo uma delas. De um lado, cantigas de natal, de outro, Roberto Carlos… Sally e Somir concordam que as duas são uma merda, mas… qual fede mais?

Tema de hoje: O que é pior, música de natal ou música do Roberto Carlos?

SOMIR

Não que eu tenha simpatia pelo Roberto Carlos, longe disso. Detesto quando chega o final do ano e ele sai de sua tumba… Mas musiquinha de natal é uma das coisas mais chatas que existem. Mais que o perna-de-pau. E olha que para isso custa!

Primeiro porque é celebração de uma data festiva tosca com fundo religioso. E muitas dessas músicas tratam exatamente disso… Do zumbi judeu e da mitologia ridícula ao seu redor. Se eu quisesse ouvir música de igreja, eu faria uma lobotomia e começaria a frequentar uma! Música gospel é o refúgio de quem quer ser ruim no que faz e ser aplaudido do mesmo jeito.

Pior que isso é que algumas delas ainda foram transformadas em músicas religiosas em traduções! A famosíssima e enjoadíssima Jingle Bells fala sobre o Papai Noel no texto original em inglês.

Jingle bells, jingle bells,
Jingle all the way.
Oh! what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh.

Mas vê se é essa letra que passou? A versão mais cantada em português troca Papai Noel por “Deus menino”.

Bate o sino pequenino, sino de Belém
Já nasceu Deus Menino para o nosso bem
Paz na Terra pede o sino alegre a cantar
Abençoe Deus Menino este nosso lar

Se na versão original era para crianças, na traduzida é só para quem tem idade mental de criança. Ainda temos a péssima Noite Feliz (essa já vem podre desde o original em alemão…):

Noite feliz! Noite feliz!
Oh, Senhor, Deus do amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na Lapa Jesus nosso bem
Dorme em paz, oh, Jesus
Dorme em paz, oh, Jesus

Originalidade nota dez, hein? As que não falam sobre neve falam sobre o nascimento de um ser que provavelmente nunca existiu, e se existiu, nasceu longe do dia 25 de Dezembro.

Sem contar que num país onde meio floco de neve vira notícia de jornal, todos esses temas natalinos parecem bem deslocados. Papai Noel não combina com praia, suor e funk/axé/pagode (compreensível), fica meio ridículo um bando de gente de bermuda e chinelo cantando sobre paisagens nevadas, pinheiros e renas. Pior que é o mesmo povo que dá chilique quando se diz que nos EUA e na Europa várias coisas são melhores. Complexo de colonizado seletivo.

O resto das letras são infantilóides, mas não é como se muita gente cantasse… pelo menos não em terras tupiniquins. Melodias irritantes em loop eterno já parecem saciar o masoquismo auditivo desse povo. Vai em qualquer lugar com aglomeração de gente você já começa a escutar. Só a melodia. E ela vem de tudo quanto é lugar: Brinquedos, decoração, caixas de som de lojas, flauta de peruano… Porque Gezuiz nos livre de tocar uma música dessas com instrumentos clássicos e um coral, não? Qualquer merdinha made in china com uma caixinha de som serve.

E essas porras repetem… repetem… repetem… Se já enche o saco nos primeiros minutos, depois de horas deveria ser válido para aposentar por invalidez! Repetem as melodias durante as festas, repetem as mesmas músicas todos os anos, sem parar. O Roberto Carlos pode ser uma merda total, mas pelo menos fez mais do que duas ou três músicas diferentes na carreira. Música de natal é tradição de repetição.

Tem que tocar porque é natal, mesmo que todo mundo já esteja enjoado. Ninguém escuta essas merdas no resto do ano, e não é à toa: Enjoou! Enjoou faz tempo. Tudo bem tocar para uma criança que ainda está aprendendo a magia do capitalismo, mas adulto aguentando essa chatice, ano após ano? O saco já deveria estar maior que o do Papai Noel.

Mas tradição é tradição, e esse povinho bunda adora fazer as mesmas coisas sem nenhum motivo aparente vez após vez. Por mais mal gosto que tenham os fãs do Roberto Carlos, pelo menos eles GOSTAM do que estão ouvindo (acredite… se quiser), não estão cumprindo tabela e fazendo o que todo mundo faz só porque surgiu um número específico no seu calendário.

E agora, o meu trunfo: Música natalina também pode englobar a… Simone! Aquela porra de música “Então é Natal” só aparece nessa época do ano. Roberto Carlos já cometeu diversos crimes contra os ouvidos alheios, mas Simone é Simone.

Então é Natal, o que a gente fez?
O ano termina, e começa outra vez

Uau… profundo. Não se esqueçam, música de natal pode ser sertaneja, pagode, funk, axé… Sempre tem o filho da puta que grava um CD ou pen-drive com músicas de natal em “versão música de pobre” e leva para a festa onde você está. Música mala de natal vai muito além de um ou outro intérprete ou banda, a paunocuzação está na alma dela.

Para dizer que usar a Simone foi apelação, para dizer que também começa a odiar muito a China nessa época do ano, ou mesmo para me desejar um Feliz Regresso (obrigado!): somir@desfavor.com

SALLY

O que é pior: música natalina ou Roberto Carlos?

Se você teve o péssimo gosto de sair nas ruas, sobretudo nos estabelecimentos comerciais no mês de dezembro sabe bem do que eu estou falando. Ou está tocando música de natal ou está tocando a onipresente “Esse cara sou eu”, do nosso Rei Perneta. Ambas uma merda sem fim, mas como toda merda, sempre tem uma menos pior e eu acho que música natalina é menos pior do que Roberto Carlos.

Talvez essa seja uma das músicas mais chatas que o Rei da Perna de Pau fez nos últimos tempos. Considerando sobre quem se está falando, é um feito e tanto. Música chata, repetitiva, melosa. Ok, músicas natalinas não são um primor de bom gosto, mas porra, pelo menos são várias! Música do Roberto Carlos está tocando uma só! E em todos os lados! Não tem como escapar dela! Tenho medo de levantar a tampa da privada da minha casa e ouvir lá no fundo “Esse cara sou eeeeeu…”.

Mesmo que tocassem a discografia toda do Rei, ainda seria preferível uma música natalina. Sabe porque? Porque depois que passa o FUCKIN’ NATAL ninguém mais toca essa merda! Já Roberto Carlos, toca o ano todo. Chega, gente, chega! Porque ele não vai cantar no ouvido daquela alagoana baranga que dói que ele está namorando e deixa a gente em paz? Porque ele puxa cabelo lá da nuca, penteia para frente e corta como franja para esconder as entradas? Já deu, chega do Rei, o Rei é intolerável. Prefiro música de natal, prefiro axé, prefiro um alfinete quente no tímpano.

As músicas de natal podem ser chatas (e são), mas são um clássico que se propaga por séculos, a mesma música é tocada por centenas de anos. É uma tradição, não deixa de ter seu valor cultural. Roberto Carlos é justamente o contrário: trocentas músicas diferentes tocadas mensalmente e todas parecem exatamente iguais. Se tirar a letra duvido que alguém acerte qual é a música. Música de natal é tradição, música do Roberto Carlos é pseudo-romance meloso anos 80 ultrapassado.

Além disso, ouvindo música de natal você não está contribuindo para nada de ruim (a não ser a paunocuzação no seu ouvido), já ouvindo Roberto Carlos, você está sofrendo lavagem cerebral pela música da vez que a mídia tenta impor. É Rede Globo em forma de notas musicais. É cotas para idoso na música brasileira. Basta! Por favor basta! Eu sei que o sujeito foi importante no cenário musical, mas porra, alguém precisa ir lá dizer para ele que já deu! Está decrépito, ultrapassado. Só vende porque sua música é massificada em um grande estupro auditivo onipresente. Está vergonhosa a situação, manda esse cara parar!

A música de natal é tradição, não tem a obrigação de renovação, muito pelo contrário. Então, acho mais compreensível que ela seja chata, pois é algo pensado para outra realidade sociocultural que foi perpetrado até os dias de hoje. Já Roberto Carlos não tem justificativa: o saci branco teve todas as oportunidades de se renovar, reinventar, de se modernizar. Mas não: mesma bosta de música há décadas! Mesmo corte de cabelo semi-mullet há décadas! Roberto Carlos ofende minha dignidade da pessoa humana!

As letras das músicas natalinas são inocentes, carregadas de cultura e tradição. As letras do Ponto e Vírgula são um desfavor para a sociedade: exaltam mulheres gordas como sendo algo sexy quando a gente sabe que não é essa a realidade (esmola emocional para as fãs), exaltam Jesus Cristo e outros desserviços. Isso sem contar que ele próprio vem alterando suas letras ao longo das décadas por causa do seu TOC galopante que o impede de pronunciar diversas palavras. Não há conteúdo nas letras de Roberto Carlos, em especial nesta última excrecência que ele deve ter composto com o rabo: a letra relata um tremendo chato como se fosse algo lindo. A coisa é tão grotesca que até usuários de REDE SOCIAL, pessoas contra as quais milita presunção de anencefalia, criticaram e fizeram piada massiva sobre a música.

Eu sei que um homem não muda o que é por ouvir uma música, mas ele pode usar a música como norteador para decidir o que ele vai FINGIR que é de modo a agradar a mulher. Daí ele escuta “Esse cara sou eu”, onde o cara chama a mulher NO MEIO DA FUCKIN NOITE para dizer que a ama é pintado como exemplo do que uma mulher quer! Se alguém faz isso comigo perde os dentes! Ainda tem cunho machista, pois ele se diz “o herói esperado por toda mulher”. DES-FA-VOR incutir na cabeça desse povo que mulher quer um herói. Vai ter muita gente achando que as “qualidades” exaltadas pelo Perna de Pau nessa música são o que uma mulher quer e consequentemente vão emulá-las em um primeiro momento! Caralho, um “bate o sino” não é nada se comparado a isso!

Seria o mesmo que se eu fizesse uma música de sucesso exaltando minhas qualidade como mulher com uma letra tenebrosa do tipo “Essa mulher sou eu, a mulher que pega no seu pé enquanto você trabalha, a mulher que negativa seu cartão de crédito, a mulher que faz barraco na festa da sua empresa, a mulher que engravida sem o seu consentimento, essa mulher sou eu”. Agora imagina milhões de mulheres que não sabem bem como se portar para conquistar um homem emulando estas atitudes supostamente boas. Que tal? Não é melhor ouvir a tenra história de uma pessoa que passa pelas mazelas de ficar sem papel higiênico limpando a bunda com jornal do que isso? Ao menos tem uma escatologia interessante…

Roberto Carlos é a personificação da não evolução da sociedade brasileira. É o Jabá em sua forma mais decrépita. É a massificação de uma melodia até sua aceitação. É o “efeito Latino”, quanto pior a música, mais ela gruda na nossa mente. Roberto Carlos me ofende, me ultraja, me causa mal estar físico. Músicas natalinas tem prazo para parar de tocar, Roberto Carlos não cala a boca faz mais de cinquenta anos. Cada vez que toca “esse cara sou eu” em algum ambiente onde eu estou me faz lamentar que o mundo de fato não tenha acabado.

E se pairava alguma dúvida, os deixo com meu argumento final: músicas natalinas NÃO FAZEM ESPECIAL DE FINAL DE ANO!

Para me xingar porque agora você vai passar o resto do dia cantando “Esse cara sou eu”, para perguntar o nome do motorista de trem que fez o serviço pela metade ou ainda para concordar comigo que Roberto Carlos é indubitavelmente pior do que TUDO: sally@desfavor.com


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